Todos os anos, no dia de meu aniversário, desde que completei doze anos, uma gardênia branca me era entregue anonimamente em casa. Não havia nunca um cartão ou um bilhete e os telefonemas para o florista eram em vão, pois a compra era sempre feita em dinheiro vivo. Depois de algum tempo, parei de tentar descobrir a identidade do remetente. Apenas me deleitava com a beleza e o perfume daquela flor, mágica e perfeita.
Porém nunca parei de imaginar quem poderia ser o remetente. Alguns de meus momentos mais felizes eram passados sonhando acordado com alguém maravilhoso e excitante, mas tímido ou excêntrico demais para revelar sua identidade. Durante a adolescência foi divertido especular que o remetente seria uma garota por quem eu estivesse apaixonado, ou mesmo alguém que eu não conhecia e que havia me notado.
Minha mãe freqüentemente alimentava as minhas especulações. Ela me perguntava se havia alguém a quem eu tivesse feito uma gentileza especial e que poderia estar demonstrando anonimamente seu apreço. Fez com que eu lembrasse das vezes em que estava andando de bicicleta e nossa vizinha chegara com o carro cheio de compras e crianças. Eu sempre a ajudava a descarregar o carro e cuidava que as crianças não corressem para a rua. Ou talvez o misterioso remetente fosse a senhora que morava do outro lado da rua. No inverno, muitas vezes eu lhe levava sua correspondência para que ela não tivesse que se aventurar nos degraus escorregadios.
Minha mãe fez o que pôde para estimular minha imaginação a respeito da gardênia. Ela queria que seus filhos fossem criativos. Também queria que nos sentíssemos amados e queridos, não apenas por ela, mas pelo mundo como um todo.
Quando estava com dezessete anos, uma moça partiu meu coração. Na noite em que ligou pela última vez, chorei até pegar no sono. Quando acordei de manhã havia uma mensagem escrita com batom vermelho no meu espelho: "Alegre-se, quando as semi-deusas se vão, as deusas vêm." Pensei a respeito daquela citação durante muito tempo e a deixei onde minha mãe a havia escrito até meu coração sarar. Quando finalmente fui buscar o limpa-vidros, minha mãe soube que estava tudo bem novamente.
Mas houve certas feridas que minha mãe não pôde curar. Um mês antes de minha formatura, meu pai morreu subitamente do coração. Meus sentimentos variavam de dor a abandono, medo, desconfiança e raiva avassaladora por meu pai estar perdendo alguns dos acontecimentos mais importantes da minha vida. Perdi totalmente o interesse em minha formatura que se aproximava, na peça de teatro da turma dos formandos e no baile de formatura - eventos para os quais eu havia trabalhado e que esperava com ansiedade. Pensei até mesmo em entrar em uma faculdade, ao invés de ir para outro estado como havia planejado, pois me sentiria mais seguro.
Minha mãe, em meio à sua própria dor, não queria de forma alguma que eu faltasse a nenhuma dessas coisas. Um dia antes de meu pai morrer, eu e ela tínhamos ido comprar umas roupas para o baile e havíamos encontrado um terno espetacular , mas não era do tamanho certo e, quando meu pai morreu no dia seguinte, esqueci totalmente dele.
Minha mãe, não. Na véspera do baile, encontrei o terno esperando por mim, no tamanho certo. Estava estendido majestosamente sobre o sofá da sala, apresentado para mim de maneira artística e amorosa. Eu podia não me importar em ter um terno novo, mas minha mãe se importava.
Ela estava atenta à imagem que seus filhos tinham de si mesmos.
Imbuiu-nos com uma sensação de mágica do mundo e nos deu a habilidade de ver a beleza mesmo em meio à adversidade.
Na verdade, minha mãe queria que seus filhos se vissem como a gardênia: graciosos, fortes, perfeitos, com uma aura de mágica e talvez um pouco de mistério.
Minha mãe morreu quando eu estava com vinte e dois anos, apenas dez dias antes de meu aniversário. Este foi o ano em que parei de receber gardênias brancas.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
A verdadeira homenagem
Foi em agosto de 2003 que um caminhão estacionado nas proximidades do escritório da ONU,em Bagdá, no Iraque, explodiu. Foi mais um ataque terrorista e causou a morte de 22 funcionários. Entre eles, estava o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, alto comissário da ONU para os direitos humanos.
Quatro anos depois, no dia 28 de junho de 2007, a Organização das Nações Unidas inaugurou, em Genebra, um busto de bronze, em homenagem ao diplomata brasileiro. O busto, colocado em um pedestal, conta, ainda, com o nome dos outros 21 funcionários mortos, no trágico atentado. Justa, com certeza, a homenagem, a quem se doava em prol dos direitos humanos. Enquanto isso, a notícia de que, nos próximos dias, seria enforcado, pela Justiça iraquiana, o suposto responsável pelo ataque, chegou aos ouvidos da família de Sérgio. A mãe emitiu um comunicado, apelando para que a sentença de morte seja revista.
Também o relator especial da ONU sobre a independência do poder judiciário, emitiu o mesmo apelo ao governo iraquiano. Tudo poderia passar como apenas uma notícia a mais, não fosse a justificativa, entre outras, da mãe de Sérgio: "Ele sempre foi contra a pena de morte." Esta, com certeza, foi a melhor e mais verdadeira homenagem que o brasileiro poderia receber. Exatamente quando, em nosso País, vozes se alteiam para invocar a instauração da pena de morte, uma mãe, em memória de seu filho, a própria vítima, pede pelo seu algoz.
Isso nos leva a cogitar o quanto essa mãe ama seu filho, pois que, mesmo após a morte dele, suplantando a dor da separação e da saudade, o respeita e procura fazer valer a sua vontade. Ela poderia deixar tudo como está. Afinal, o Iraque é tão longe e o suposto assassino lhe é desconhecido. Poderia pensar que ela nada tem a ver com isso. Mas, como alguém que ama em profundidade, ela faz o apelo. E recorda os anseios que nortearam a vida do seu filho. Ele lutava por direitos humanos. E a vida é o primeiro direito a ser assegurado. Enquanto tantos se apressam em gritar palavras de ordem no sentido de que a pena de morte vigore em nosso País, oportuna se faz a manifestação dessa mãe. Ela sabe que nada trará seu filho de volta. Ela o guarda no coração, colorindo as lembranças com as flores da sua terna e longa saudade. Não pensa em vingança. Tem em mente respeitar o filho amado e, possivelmente, o coração de outra mãe, esposa, filha, irmã, que muito sofrerá com a morte do seu afeto, não importando o que ele tenha feito. Se o seu apelo será atendido ou não, somente o tempo dirá. Contudo, seu gesto já estonteou a sociedade. Com certeza, muitas mentes repensarão as suas posições destrutivas. Outras tantas verão com olhos diversos a delicada questão da pena de morte.
Todos, no entanto, não esquecerão a especial, justa e verdadeira homenagem de uma mãe a seu filho. Um respeito que suplanta a dor da separação, a ausência da presença física do filho amado para se expressar em nome de ideais defendidos por quem teve sua vida ceifada, tão violentamente. Um exemplo a ser seguido.
Quatro anos depois, no dia 28 de junho de 2007, a Organização das Nações Unidas inaugurou, em Genebra, um busto de bronze, em homenagem ao diplomata brasileiro. O busto, colocado em um pedestal, conta, ainda, com o nome dos outros 21 funcionários mortos, no trágico atentado. Justa, com certeza, a homenagem, a quem se doava em prol dos direitos humanos. Enquanto isso, a notícia de que, nos próximos dias, seria enforcado, pela Justiça iraquiana, o suposto responsável pelo ataque, chegou aos ouvidos da família de Sérgio. A mãe emitiu um comunicado, apelando para que a sentença de morte seja revista.
Também o relator especial da ONU sobre a independência do poder judiciário, emitiu o mesmo apelo ao governo iraquiano. Tudo poderia passar como apenas uma notícia a mais, não fosse a justificativa, entre outras, da mãe de Sérgio: "Ele sempre foi contra a pena de morte." Esta, com certeza, foi a melhor e mais verdadeira homenagem que o brasileiro poderia receber. Exatamente quando, em nosso País, vozes se alteiam para invocar a instauração da pena de morte, uma mãe, em memória de seu filho, a própria vítima, pede pelo seu algoz.
Isso nos leva a cogitar o quanto essa mãe ama seu filho, pois que, mesmo após a morte dele, suplantando a dor da separação e da saudade, o respeita e procura fazer valer a sua vontade. Ela poderia deixar tudo como está. Afinal, o Iraque é tão longe e o suposto assassino lhe é desconhecido. Poderia pensar que ela nada tem a ver com isso. Mas, como alguém que ama em profundidade, ela faz o apelo. E recorda os anseios que nortearam a vida do seu filho. Ele lutava por direitos humanos. E a vida é o primeiro direito a ser assegurado. Enquanto tantos se apressam em gritar palavras de ordem no sentido de que a pena de morte vigore em nosso País, oportuna se faz a manifestação dessa mãe. Ela sabe que nada trará seu filho de volta. Ela o guarda no coração, colorindo as lembranças com as flores da sua terna e longa saudade. Não pensa em vingança. Tem em mente respeitar o filho amado e, possivelmente, o coração de outra mãe, esposa, filha, irmã, que muito sofrerá com a morte do seu afeto, não importando o que ele tenha feito. Se o seu apelo será atendido ou não, somente o tempo dirá. Contudo, seu gesto já estonteou a sociedade. Com certeza, muitas mentes repensarão as suas posições destrutivas. Outras tantas verão com olhos diversos a delicada questão da pena de morte.
Todos, no entanto, não esquecerão a especial, justa e verdadeira homenagem de uma mãe a seu filho. Um respeito que suplanta a dor da separação, a ausência da presença física do filho amado para se expressar em nome de ideais defendidos por quem teve sua vida ceifada, tão violentamente. Um exemplo a ser seguido.
terça-feira, 27 de abril de 2010
Uma visita de amor
As três crianças chegaram ao anoitecer. Tristes, traziam nos semblantes as dores choradas por horas. De mãos dadas, adentraram o que lhes seria, a partir de então, o novo lar. A mãe havia partido no dia anterior, no rumo do Mundo Espiritual. O Diretor da Instituição as recebeu e tentou acarinhá-las, desejoso de compensar-lhes o aconchego perdido. Porque estivessem tomadas todas as camas, ele cedeu a sua para que as três pudessem dormir, naquela noite.
Ele próprio se acomodou, de forma improvisada, no mesmo quarto. Adormeceram as crianças, abraçadas, num intuito de uma a outra darem proteção.
Na madrugada, algo despertou aquele homem. Abriu os olhos e percebeu um grande clarão próximo à cama dos pequenos. Tentou erguer-se, mas não conseguiu. Uma forma feminina, no meio da luz intensa, lhe disse: "Não se mexa. Fique aí. As crianças estão bem." E deteve-se especialmente, ao lado do menor dos garotos. O mais desalentado daquele trio.
Durante algum tempo ali permaneceu. E o Diretor, cansado, acabou por adormecer outra vez. Quando a manhã sorriu, entrando jovial pela janela, ele despertou os meninos. Enquanto auxiliava o menorzinho a se vestir, percebeu que ele estava muito quieto. Depois, em certo momento, perguntou: "Senhor, minha mãe veio me visitar ontem à noite. O senhor viu?"
O Diretor aconchegou a si o pequeno e consentiu: "Sim, meu filho. Eu vi."
A morte não destrói os afetos, nem os relacionamentos. Os que abandonam o corpo prosseguem de onde se encontram, a velar pelos que permanecem na Terra. Amores profundos se perpetuam e onde quer que haja um coração dorido de saudade, o ausente amado se faz presente. Ninguém está só, no Mundo, embora a pobreza dos sentidos nem sempre nos permita o registro dos amados.
Contudo, quando à mente nos assoma a imagem de quem realizou a grande viagem; quando a lembrança dos amores, repentinamente, nos emociona; quando a saudade embala recordações... Acredite: os amores estão próximos.
São suas presenças que acionam nossos registros mentais e motivam esses quadros doces e acalentadores. Quando isso ocorrer com você, feche os olhos, sinta o perfume do amor beijar-lhe a face, e agradeça a Deus pela dádiva do reencontro. Depois, amenizada a saudade, enxugue o pranto, sorria e prossiga nas lutas, aguardando no tempo o reencontro definitivo, quando as sombras da morte igualmente o abraçarem.
Ele próprio se acomodou, de forma improvisada, no mesmo quarto. Adormeceram as crianças, abraçadas, num intuito de uma a outra darem proteção.
Na madrugada, algo despertou aquele homem. Abriu os olhos e percebeu um grande clarão próximo à cama dos pequenos. Tentou erguer-se, mas não conseguiu. Uma forma feminina, no meio da luz intensa, lhe disse: "Não se mexa. Fique aí. As crianças estão bem." E deteve-se especialmente, ao lado do menor dos garotos. O mais desalentado daquele trio.
Durante algum tempo ali permaneceu. E o Diretor, cansado, acabou por adormecer outra vez. Quando a manhã sorriu, entrando jovial pela janela, ele despertou os meninos. Enquanto auxiliava o menorzinho a se vestir, percebeu que ele estava muito quieto. Depois, em certo momento, perguntou: "Senhor, minha mãe veio me visitar ontem à noite. O senhor viu?"
O Diretor aconchegou a si o pequeno e consentiu: "Sim, meu filho. Eu vi."
A morte não destrói os afetos, nem os relacionamentos. Os que abandonam o corpo prosseguem de onde se encontram, a velar pelos que permanecem na Terra. Amores profundos se perpetuam e onde quer que haja um coração dorido de saudade, o ausente amado se faz presente. Ninguém está só, no Mundo, embora a pobreza dos sentidos nem sempre nos permita o registro dos amados.
Contudo, quando à mente nos assoma a imagem de quem realizou a grande viagem; quando a lembrança dos amores, repentinamente, nos emociona; quando a saudade embala recordações... Acredite: os amores estão próximos.
São suas presenças que acionam nossos registros mentais e motivam esses quadros doces e acalentadores. Quando isso ocorrer com você, feche os olhos, sinta o perfume do amor beijar-lhe a face, e agradeça a Deus pela dádiva do reencontro. Depois, amenizada a saudade, enxugue o pranto, sorria e prossiga nas lutas, aguardando no tempo o reencontro definitivo, quando as sombras da morte igualmente o abraçarem.
sábado, 24 de abril de 2010
Um amor especial
Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe. Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado. Todos tinham a mesma reação, menos a sua avó. Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam. Olhou para aquele bebê, sua primeira netinha e, emocionada, falou: Linda.
No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de Mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada.
Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida.
Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu... A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: Jéssica.
A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha 4 filhos, 2 genros, uma nora e seis netos. Como ela sabia que era ela? Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos 14 recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no Natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar a seu lado, para admirar a árvore de natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse. As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: Você está linda.
* * *
Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita.
No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de Mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada.
Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida.
Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu... A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: Jéssica.
A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha 4 filhos, 2 genros, uma nora e seis netos. Como ela sabia que era ela? Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos 14 recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no Natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar a seu lado, para admirar a árvore de natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse. As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: Você está linda.
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Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita.
O segredo da amizade
Eram dois amigos e pareciam ter a mesma alma. Tudo era comum a ambos: tristezas e alegrias. Eram inseparáveis. Um dia começaram a observar, com olhos críticos, um ao outro. Nessa mútua observação, perceberam quantos defeitos havia no outro e resolveram, intimamente, sem nada externar, moldar o caráter do outro pela forma do seu próprio.
Passado algum tempo, um certo resfriamento começou naquela amizade. De início, eles nem perceberam. Entretanto, quando um deles perdeu um ente querido, o outro não se fez presente, em solidariedade. E o outro, no seu aniversário, não recebeu o abraço do amigo. Certo dia, se encontraram em uma praça e confessaram mutuamente como estranhavam o que lhes estava acontecendo. Com certeza, disseram, era a inveja alheia que havia destruído o sentimento que nutriam.
O Padre da igreja da cidade foi consultado a respeito e convidou-os a um passeio. Era um dia quente e o sol queimava. Depois de andarem muito, sedentos e exaustos, encontraram uma limeira. Seus frutos saborosos dessedentaram os amigos e a sombra os reconfortou.
O Padre olhou para a árvore e disse: Esta árvore tem bons frutos, mas se a podássemos poderia produzir muito mais. Os galhos poderiam ser redirecionados, poderíamos libertá-la dos parasitas. Com esse intuito, os dois amigos compareceram no dia seguinte e realizaram a poda, de tal forma que ela ficou quase desnuda.
Passados uns dias, o Padre tornou a convidar ambos para o mesmo passeio. Chegados ao pé da limeira, novamente sedentos e exaustos, observaram que nela não havia nenhum fruto e bem rala era a sombra que podia oferecer, pois possuía somente diminutas folhas. Descontentes, falaram os amigos: Como fomos tolos podando esta árvore. Destruímos os seus frutos e a sombra amena, que nos reconfortou no outro dia.
Foi então que o Padre os olhou e disse: O que fizeram com esta árvore é o que fizeram com a sua amizade. Cada um quis modificar o outro e então perderam todo o encanto do afeto que os ligava. Mataram, com podas improdutivas, a árvore da amizade que tinham plantado no coração. E finalmente completou: Todo sentimento necessita, para que não pereça, ter como base a tolerância e o respeito.
Não queiramos modificar a outrem. Aceitemos as criaturas como são. Assim procedendo, haveremos de encontrar sempre em seus corações, apesar dos defeitos, frutos saborosos e doces e sombra amiga.
* * *
A amizade é árvore que, para produzir, necessita ser plantada e cuidada com esmero. Se colocarmos em nossas ligações afetivas o sal do amor, teremos sempre presente no prato da fraternidade o verdadeiro paladar cristão.
Passado algum tempo, um certo resfriamento começou naquela amizade. De início, eles nem perceberam. Entretanto, quando um deles perdeu um ente querido, o outro não se fez presente, em solidariedade. E o outro, no seu aniversário, não recebeu o abraço do amigo. Certo dia, se encontraram em uma praça e confessaram mutuamente como estranhavam o que lhes estava acontecendo. Com certeza, disseram, era a inveja alheia que havia destruído o sentimento que nutriam.
O Padre da igreja da cidade foi consultado a respeito e convidou-os a um passeio. Era um dia quente e o sol queimava. Depois de andarem muito, sedentos e exaustos, encontraram uma limeira. Seus frutos saborosos dessedentaram os amigos e a sombra os reconfortou.
O Padre olhou para a árvore e disse: Esta árvore tem bons frutos, mas se a podássemos poderia produzir muito mais. Os galhos poderiam ser redirecionados, poderíamos libertá-la dos parasitas. Com esse intuito, os dois amigos compareceram no dia seguinte e realizaram a poda, de tal forma que ela ficou quase desnuda.
Passados uns dias, o Padre tornou a convidar ambos para o mesmo passeio. Chegados ao pé da limeira, novamente sedentos e exaustos, observaram que nela não havia nenhum fruto e bem rala era a sombra que podia oferecer, pois possuía somente diminutas folhas. Descontentes, falaram os amigos: Como fomos tolos podando esta árvore. Destruímos os seus frutos e a sombra amena, que nos reconfortou no outro dia.
Foi então que o Padre os olhou e disse: O que fizeram com esta árvore é o que fizeram com a sua amizade. Cada um quis modificar o outro e então perderam todo o encanto do afeto que os ligava. Mataram, com podas improdutivas, a árvore da amizade que tinham plantado no coração. E finalmente completou: Todo sentimento necessita, para que não pereça, ter como base a tolerância e o respeito.
Não queiramos modificar a outrem. Aceitemos as criaturas como são. Assim procedendo, haveremos de encontrar sempre em seus corações, apesar dos defeitos, frutos saborosos e doces e sombra amiga.
* * *
A amizade é árvore que, para produzir, necessita ser plantada e cuidada com esmero. Se colocarmos em nossas ligações afetivas o sal do amor, teremos sempre presente no prato da fraternidade o verdadeiro paladar cristão.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Carta de adeus
O jovem de dezenove anos, internado em um hospital de grande capital do nosso país, aguardava a morte, em seu leito de dor.
Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só. Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo. Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu: Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.
Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou. De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai? Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino. No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico. Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas.
O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria...
Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo. Tenho certeza de que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta. Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor.
Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico.
Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles. Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais. Adeus, meu pai. Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar, mas já não conseguiu. O lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu.
***
Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento. Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é simplesmente o resultado da ação negativa. Não a sua causa. Importante que o ser se envolva com o programa divino e se conscientize de que é senhor do seu destino. Quem se desvaloriza e se desmerece, quem se entrega à ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade. Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus, que alimenta as vidas e as enriquece.
Instalado em uma enfermaria, junto a outros doentes, tão graves quanto ele, olhou para os lados e se sentiu terrivelmente só. Os familiares o viriam visitar, logo mais. Mas, ele ficou a pensar que talvez eles não chegassem a tempo de encontrá-lo ainda com olhos abertos para este mundo. Alongou o braço até a mesinha próxima, tomou de um pedaço de papel, um lápis e com muito esforço, escreveu: Pai, sinto muito. Sinto muito mesmo, mas está em tempo do senhor saber a verdade que nunca nem desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.
Travei conhecimento com meu assassino aos 15 ou 16 anos. É horrível, não é, pai? Sabe como nos conhecemos? Através de um cidadão elegante, muito bem vestido e bem falante. Ele nos apresentou. De início, tentei recusar o que me era oferecido. Contudo, o cidadão mexeu com os meus brios. Falou que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai? Ingressei no mundo do tóxico, o meu assassino. No começo passava mal. Depois vinha o devaneio e a seguir, a escuridão. Não fazia nada sem o tóxico estar presente. Logo veio a falta de ar, os medos, as alucinações. Mas, em seguida, a euforia do pico. Eu me sentia mais gente do que as outras pessoas.
O meu amigo inseparável, o tóxico, sorria. Sorria...
Sabe, pai, quando a gente começa acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje, no leito do hospital, reconheço que Deus é o mais importante de tudo no mundo. Tenho certeza de que, sem a ajuda dele, eu não estaria tendo forças para escrever esta carta. Pai, tenho só 19 anos. Sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Entretanto, tenho um último pedido a fazer para o senhor.
Diga a todos os jovens que o senhor conhece o que me aconteceu. Diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar há sempre alguém que poderá lhes mostrar o seu futuro assassino e destruidor de suas vidas: o tóxico.
Por favor, papai, faça isso, antes que seja tarde demais para eles. Perdoe-me pelo que estou lhe fazendo sofrer. Perdoe-me por fazê-lo sofrer pelas minhas loucuras. Eu mesmo já sofri demais. Adeus, meu pai. Ele acabou de escrever a carta, com dificuldade a colocou sobre a mesinha. Tentou respirar, mas já não conseguiu. O lápis escorregou da mão para o chão. Pendeu a cabeça para o lado e morreu.
***
Ser feliz é uma escolha. A vida se renova a cada momento. Ninguém está destinado ao sofrimento. Ele é simplesmente o resultado da ação negativa. Não a sua causa. Importante que o ser se envolva com o programa divino e se conscientize de que é senhor do seu destino. Quem se desvaloriza e se desmerece, quem se entrega à ociosidade, traça para si mesmo caminhos de infelicidade. Como pais e educadores, cerquemos os nossos jovens, as nossas crianças com o algodão do afeto, a gaze protetora da educação e o veludo insubstituível da crença em Deus, que alimenta as vidas e as enriquece.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Conhecendo o velho pai
Filho, acorda! São oito horas! Você vai se atrasar! De um salto, o rapaz se levantou. Contudo, logo se deu conta que era seu primeiro dia de férias. Atrasar para quê, mãe? Para pescar com seu pai.
O jovem perdeu todo o entusiasmo. Sim, ele prometera, quando estivesse em férias, pescar com seu pai. Mas, tinha que ser logo no primeiro dia de férias? Enfim, ele foi, mesmo a contragosto. Sentado ao lado do pai, que dirigia, cantando, ele pensava em como seu pai estava ficando velho e meio lelé. Ficava cantando músicas antigas, ria, conversava e conversava. Finalmente, chegaram. Quer dizer, o carro estacionou, mas o pai disse que ali não era local apropriado para pesca. Só dava peixe pequeno.
Andaram durante duas horas, no meio de mata densa, até chegar ao "pesqueiro secreto do pai". Claro que é secreto, falou o rapaz, incomodado. Ninguém, a não ser você vem aqui. Nem os peixes. Isso é o que você pensa! - falou o pai. Aqui é que se reúnem as maiores tilápias da represa. E, disposto, colocou botas altas, calças impermeáveis e entrou na água para cortar o mato que tomava conta quase total do lago.
Tudo aquilo estava parecendo muito doido ao filho. Que graça podia ter tudo aquilo? Quando o pai preparou a vara e jogou o anzol, ele não agüentou e falou: Pai, estou preocupado com você. Essa maluquice de vir até este fim de mundo para pescar tilápias. E a mamãe falou que você nunca volta com peixe. Já pensou em procurar um psicólogo?
Estou ótimo, falou o pai. O Freitas, que vem sempre aqui comigo, é psicólogo. O Tavares é psiquiatra. Nesse momento, ele sentiu a fisgada no anzol, puxou a linha e lá estava ela: uma grande tilápia. O rapaz estava surpreso. Pai, você já pescou peixe grande assim, antes? Sempre, meu filho. Mas eu nunca vi você levar para casa nenhum. Eu vou mostrar por que, falou o pai. E fotografou o filho segurando o peixe. Depois, pegou a tilápia e a devolveu à água. Eu pesco por prazer, não para encher a barriga. Aquilo sim era legal, pensou o filho. O resto do dia, passou pescando com o pai. E devolvendo às águas o que pescava, depois de fotografar. Vá procurar o seu irmão, dizia, soltando o peixe. Ao final do dia, no retorno ao lar, confessou que fazia tempo que não se divertia tanto. Aquilo sim, "era radical".
À noite, enquanto se preparava para dormir, pensou que seu pai não tinha nada de louco ou de desequilibrado. Seu pai sabia viver. Seu pai era um gênio. E ele descobrira naquele dia.
*****
Você já se dispôs a passar um dia inteiro ao lado de seu velho pai, bebendo da sua sabedoria?
Você já pensou que seu pai também foi moleque, adolescente, rapaz? Que teve sonhos?
Olhe seu velho com esses olhos de quem valoriza a experiência, os anos da madureza, as lutas que lhe nevaram os cabelos. E, sem receio, abrace seu velho, agradeça por todos os dias de alegria que ele lhe proporcionou. Faça isso. Mesmo que seja pela primeira vez. Hoje, enquanto é tempo e ele está ao seu lado.
O jovem perdeu todo o entusiasmo. Sim, ele prometera, quando estivesse em férias, pescar com seu pai. Mas, tinha que ser logo no primeiro dia de férias? Enfim, ele foi, mesmo a contragosto. Sentado ao lado do pai, que dirigia, cantando, ele pensava em como seu pai estava ficando velho e meio lelé. Ficava cantando músicas antigas, ria, conversava e conversava. Finalmente, chegaram. Quer dizer, o carro estacionou, mas o pai disse que ali não era local apropriado para pesca. Só dava peixe pequeno.
Andaram durante duas horas, no meio de mata densa, até chegar ao "pesqueiro secreto do pai". Claro que é secreto, falou o rapaz, incomodado. Ninguém, a não ser você vem aqui. Nem os peixes. Isso é o que você pensa! - falou o pai. Aqui é que se reúnem as maiores tilápias da represa. E, disposto, colocou botas altas, calças impermeáveis e entrou na água para cortar o mato que tomava conta quase total do lago.
Tudo aquilo estava parecendo muito doido ao filho. Que graça podia ter tudo aquilo? Quando o pai preparou a vara e jogou o anzol, ele não agüentou e falou: Pai, estou preocupado com você. Essa maluquice de vir até este fim de mundo para pescar tilápias. E a mamãe falou que você nunca volta com peixe. Já pensou em procurar um psicólogo?
Estou ótimo, falou o pai. O Freitas, que vem sempre aqui comigo, é psicólogo. O Tavares é psiquiatra. Nesse momento, ele sentiu a fisgada no anzol, puxou a linha e lá estava ela: uma grande tilápia. O rapaz estava surpreso. Pai, você já pescou peixe grande assim, antes? Sempre, meu filho. Mas eu nunca vi você levar para casa nenhum. Eu vou mostrar por que, falou o pai. E fotografou o filho segurando o peixe. Depois, pegou a tilápia e a devolveu à água. Eu pesco por prazer, não para encher a barriga. Aquilo sim era legal, pensou o filho. O resto do dia, passou pescando com o pai. E devolvendo às águas o que pescava, depois de fotografar. Vá procurar o seu irmão, dizia, soltando o peixe. Ao final do dia, no retorno ao lar, confessou que fazia tempo que não se divertia tanto. Aquilo sim, "era radical".
À noite, enquanto se preparava para dormir, pensou que seu pai não tinha nada de louco ou de desequilibrado. Seu pai sabia viver. Seu pai era um gênio. E ele descobrira naquele dia.
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Você já se dispôs a passar um dia inteiro ao lado de seu velho pai, bebendo da sua sabedoria?
Você já pensou que seu pai também foi moleque, adolescente, rapaz? Que teve sonhos?
Olhe seu velho com esses olhos de quem valoriza a experiência, os anos da madureza, as lutas que lhe nevaram os cabelos. E, sem receio, abrace seu velho, agradeça por todos os dias de alegria que ele lhe proporcionou. Faça isso. Mesmo que seja pela primeira vez. Hoje, enquanto é tempo e ele está ao seu lado.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Carta à um prisioneiro
Ela havia sido uma mulher vitoriosa. Aos trinta e um anos de idade, com uma filha de dez anos, teve paralisia, e perdeu os movimentos das pernas. Jamais se entregou ao desânimo, pelo contrário, conseguiu ser mais ativa ainda em sua vida. Diplomou-se em educação especial, e aprendeu tudo que podia sobre as pessoas com deficiências. Depois fundou um grupo de amparo chamado "os incapacitados".
Seu exemplo modificou a vida daqueles que a rodeavam, principalmente de sua filha que, anos mais tarde, dedicou-se ao direito, na área penal. Apesar da paralisia, aquela mulher envolveu-se no auxílio aos detentos, levando-lhes mensagens de inestimável valor.
Dentre estas, destaca-se uma carta escrita a um deles, dizendo assim: "querido Waymon, quero que saiba que tenho pensado em você com freqüência desde que recebi sua carta."
Você mencionou como é difícil se estar preso atrás das grades, e meu coração se une ao seu. Mas quando você disse que eu não imagino o que é estar na prisão, senti-me compelida a dizer-lhe que está errado.
Existem diferentes tipos de liberdade, Waymon, diferentes tipos de prisão. Às vezes, nossas prisões são auto-impostas. Quando, com trinta e um anos, levantei-me um dia para descobrir que estava completamente paralisada, senti-me em uma armadilha - dominada pela sensação de estar presa dentro de um corpo que não me permitia mais correr pelas campinas, dançar ou carregar minha filha nos braços. Fiquei ali deitada por muito tempo, lutando para chegar a um acordo com minha enfermidade, e buscando compreender o que a vida tentava me dizer.
Um certo dia, então, me ocorreu que, na realidade, ainda havia opções abertas para mim e que eu tinha a liberdade de escolher entre elas. Será que eu iria sorrir quando visse meus filhos de novo, ou iria chorar?
Iria zangar-me com Deus, ou iria pedir a ele que fortalecesse minha fé? Em outras palavras, o que eu iria fazer com o livre-arbítrio que ele havia me dado, e que ainda era meu? Tomei a decisão de lutar, enquanto estivesse viva, para viver o mais plenamente possível, para procurar tornar minhas experiências, aparentemente negativas, em experiências positivas, procurar formas de transcender minhas limitações físicas expandindo minhas fronteiras mentais e espirituais.
Eu poderia escolher entre ser um exemplo para meus filhos, ou podia murchar e morrer emocional e fisicamente. Existem muitos tipos de liberdade, Waymon. Quando perdemos um tipo de liberdade, temos que simplesmente procurar por outro. Você e eu somos abençoados com a liberdade de escolher entre bons livros que iremos ler, e os quais deixaremos de lado.
Você pode olhar para as suas grades ou pode olhar através delas. Você pode ser um exemplo para prisioneiros mais jovens, ou pode se misturar com os encrenqueiros.
Você pode virar as costas para Deus, ou pode amá-lo e buscar conhecê-lo. Até certo ponto, Waymon, estamos nisso juntos."
Seu exemplo modificou a vida daqueles que a rodeavam, principalmente de sua filha que, anos mais tarde, dedicou-se ao direito, na área penal. Apesar da paralisia, aquela mulher envolveu-se no auxílio aos detentos, levando-lhes mensagens de inestimável valor.
Dentre estas, destaca-se uma carta escrita a um deles, dizendo assim: "querido Waymon, quero que saiba que tenho pensado em você com freqüência desde que recebi sua carta."
Você mencionou como é difícil se estar preso atrás das grades, e meu coração se une ao seu. Mas quando você disse que eu não imagino o que é estar na prisão, senti-me compelida a dizer-lhe que está errado.
Existem diferentes tipos de liberdade, Waymon, diferentes tipos de prisão. Às vezes, nossas prisões são auto-impostas. Quando, com trinta e um anos, levantei-me um dia para descobrir que estava completamente paralisada, senti-me em uma armadilha - dominada pela sensação de estar presa dentro de um corpo que não me permitia mais correr pelas campinas, dançar ou carregar minha filha nos braços. Fiquei ali deitada por muito tempo, lutando para chegar a um acordo com minha enfermidade, e buscando compreender o que a vida tentava me dizer.
Um certo dia, então, me ocorreu que, na realidade, ainda havia opções abertas para mim e que eu tinha a liberdade de escolher entre elas. Será que eu iria sorrir quando visse meus filhos de novo, ou iria chorar?
Iria zangar-me com Deus, ou iria pedir a ele que fortalecesse minha fé? Em outras palavras, o que eu iria fazer com o livre-arbítrio que ele havia me dado, e que ainda era meu? Tomei a decisão de lutar, enquanto estivesse viva, para viver o mais plenamente possível, para procurar tornar minhas experiências, aparentemente negativas, em experiências positivas, procurar formas de transcender minhas limitações físicas expandindo minhas fronteiras mentais e espirituais.
Eu poderia escolher entre ser um exemplo para meus filhos, ou podia murchar e morrer emocional e fisicamente. Existem muitos tipos de liberdade, Waymon. Quando perdemos um tipo de liberdade, temos que simplesmente procurar por outro. Você e eu somos abençoados com a liberdade de escolher entre bons livros que iremos ler, e os quais deixaremos de lado.
Você pode olhar para as suas grades ou pode olhar através delas. Você pode ser um exemplo para prisioneiros mais jovens, ou pode se misturar com os encrenqueiros.
Você pode virar as costas para Deus, ou pode amá-lo e buscar conhecê-lo. Até certo ponto, Waymon, estamos nisso juntos."
segunda-feira, 19 de abril de 2010
A palavra que faltava
Havia uma mulher que amava as palavras. Desde a meninice, elas exerciam sobre ela um grande fascínio. Talvez por isso ela tenha aprendido a ler muito cedo. Desejava decifrar aqueles sinais que preenchiam as páginas do jornal. Gostava de apreciar a sonoridade das palavras. Umas suaves, outras mais agressivas. E de aprender o significado de cada uma delas. Encantava-se em saber que as palavras têm o poder de representar o pensamento humano e estabelecer a comunicação entre as pessoas.
Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã. Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade. Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra. Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.
Verificou que existem palavras que soam como uma sentença de morte, como câncer. Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo é capaz de causar nos ouvidos de quem a ouve?
Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios do médico que acabara de examinar com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia. Num momento, a paisagem se modificou, pareceu-lhe não haver mais luz, embora ainda fosse dia. O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido. O coração tentou fugir a galope. Ela se lembrou de que, tempos atrás, fora convocada para uma batalha pela vida. Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida. Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista, se instalou e a insegurança a dominou. O especialista foi lhe afirmando que havia muitas chances de melhora, graças às mais recentes conquistas da medicina. Mas ela nem conseguia mais prestar atenção. A voz do médico parecia distante. O cérebro dela desenhava paisagens sombrias, comprometendo o equilíbrio.
De volta ao lar, um tanto mais calma, talvez inspirada por benfeitores invisíveis, ela se lembrou de rezar. Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e lhe rogar as forças necessárias. Enquanto rezava, pareceu ver o azul do firmamento, num cair de tarde, começando a salpicar de estrelas. Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor. Alguém de olhar sereno e sorriso cativante lhe estendeu os braços. Caminhou em sua direção e um delicado perfume a envolveu.
Ela se sentiu aconchegar de encontro ao peito daquela criatura tão serena, como se fosse uma criança amedrontada. Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então, como um canto divino ela ouviu dentro d’alma a voz melodiosa do mensageiro:
Filha, por que choras? Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa. Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor? Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu: a palavra é Fé!
***
Fé é a mola propulsora que permite superar vencer obstáculos.
Fé é força motriz da alma que, assim alimentada, vence os percalços e avança, vitoriosa.
Jesus disse: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: move-te daqui para lá e ela se moverá”. E a montanha que todos precisamos mover para avançar na estrada da vida, chama-se dificuldade.
Descobriu que existem palavras doces e perfumadas, como flor, carinho, amizade, maçã. Outras, tristes e angustiantes como lágrima, distância, saudade. Algumas dolorosas como crime, fome, abandono, guerra. Algumas alegres e descontraídas, como primavera, natureza, criança.
Verificou que existem palavras que soam como uma sentença de morte, como câncer. Dá para imaginar o impacto que esse vocábulo é capaz de causar nos ouvidos de quem a ouve?
Um dia, no entanto, ela ouviu dos lábios do médico que acabara de examinar com muito cuidado uns raios-x, esta palavra e a achou muito feia. Num momento, a paisagem se modificou, pareceu-lhe não haver mais luz, embora ainda fosse dia. O sangue lhe sumiu das faces, dando lugar a um suor gélido. O coração tentou fugir a galope. Ela se lembrou de que, tempos atrás, fora convocada para uma batalha pela vida. Agora, outra vez lhe competia empreender a luta pela vida. Fruto da ignorância, o medo, sempre oportunista, se instalou e a insegurança a dominou. O especialista foi lhe afirmando que havia muitas chances de melhora, graças às mais recentes conquistas da medicina. Mas ela nem conseguia mais prestar atenção. A voz do médico parecia distante. O cérebro dela desenhava paisagens sombrias, comprometendo o equilíbrio.
De volta ao lar, um tanto mais calma, talvez inspirada por benfeitores invisíveis, ela se lembrou de rezar. Preparou sua alma para entrar em contato com Jesus e lhe rogar as forças necessárias. Enquanto rezava, pareceu ver o azul do firmamento, num cair de tarde, começando a salpicar de estrelas. Dele se destacou uma luz radiante, abrangendo todo o espaço ao seu redor. Alguém de olhar sereno e sorriso cativante lhe estendeu os braços. Caminhou em sua direção e um delicado perfume a envolveu.
Ela se sentiu aconchegar de encontro ao peito daquela criatura tão serena, como se fosse uma criança amedrontada. Uma nova energia invadiu todo o seu ser e, então, como um canto divino ela ouviu dentro d’alma a voz melodiosa do mensageiro:
Filha, por que choras? Entre todas as palavras que admiras, esqueceste a mais importante, a mais poderosa. Ela se atreveu a perguntar: e que palavra eu esqueci, Senhor? Ele se afastou um pouco, tomou o rosto dela entre suas mãos e olhando-a com doce ternura, respondeu: a palavra é Fé!
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Fé é a mola propulsora que permite superar vencer obstáculos.
Fé é força motriz da alma que, assim alimentada, vence os percalços e avança, vitoriosa.
Jesus disse: “Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta montanha: move-te daqui para lá e ela se moverá”. E a montanha que todos precisamos mover para avançar na estrada da vida, chama-se dificuldade.
domingo, 18 de abril de 2010
O amor sem preço
Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar. Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum. Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra. E dentre essas coisas, algumas são as melhores do Mundo.
Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe o abriu e leu: Mamãe me deve: por levar recados - 3 reais; por tirar o lixo - 2 reais; por varrer o chão - 2 reais; extras - 1 real. Total que mamãe me deve: oito reais.
A mãe espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada. O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a mesa do almoço. Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais. Os seus olhos faiscaram. Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa. Mas então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado. Abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta.
Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada. Por cuidar da sua catapora - nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada. Total que filhinho deve à mamãe - nada. O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra. Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe. A partir desse dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.
*********************************
É no lar que recebemos os primeiros ensinamentos sobre as virtudes. Na construção do senso moral, dos conceitos de certo e errado são muito importantes os exemplos dados pelos pais. É no doce mundo familiar que se adquire o hábito da virtude que nos guiará as ações quando sairmos mundo afora.
Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado. A mãe o abriu e leu: Mamãe me deve: por levar recados - 3 reais; por tirar o lixo - 2 reais; por varrer o chão - 2 reais; extras - 1 real. Total que mamãe me deve: oito reais.
A mãe espantou-se no primeiro momento. Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada. O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto. Correu para a mesa do almoço. Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais. Os seus olhos faiscaram. Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa. Mas então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato. Igualzinho ao seu e bem dobrado. Abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta.
Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada. Por cuidar da sua catapora - nada. Pelas roupas, calçados e brinquedos nada. Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada. Total que filhinho deve à mamãe - nada. O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra. Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe. A partir desse dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.
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É no lar que recebemos os primeiros ensinamentos sobre as virtudes. Na construção do senso moral, dos conceitos de certo e errado são muito importantes os exemplos dados pelos pais. É no doce mundo familiar que se adquire o hábito da virtude que nos guiará as ações quando sairmos mundo afora.
sábado, 17 de abril de 2010
O Cavalinho e a Borboleta
Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás. Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi limitada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ela ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso. Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto. E vieram outras manhãs e mais outras e outras, até que chegou um inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali. Eu sou o cavalinho do cabresto e estou à procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?
-Famoso, eu? Disse o cavalinho.
-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando? Disse o elefante.
-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos. Falou o cavalinho.
-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.
Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor aquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com maior alegria de você. Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias? Perguntou o cavalinho.
-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte: "Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."
A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi limitada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho.
Assim, todos os dias, ela ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso. Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto. E vieram outras manhãs e mais outras e outras, até que chegou um inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou.
Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali. Eu sou o cavalinho do cabresto e estou à procura de uma borboleta que sumiu.
-Ah, é você então o famoso cavalinho?
-Famoso, eu? Disse o cavalinho.
-É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando? Disse o elefante.
-É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos. Falou o cavalinho.
-Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando.
Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.
- Morreu? Como foi isso?
-Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém. Insistíamos muito para saber quem era o autor aquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com maior alegria de você. Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento.
- Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
-E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias? Perguntou o cavalinho.
-Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte: "Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."
quinta-feira, 15 de abril de 2010
A mensagem de um menino
Ele tinha apenas oito anos, contudo, detinha a sabedoria das grandes almas. Era uma criança no corpo. Mas, seu Espírito já se dera conta de que breve seria sua vida sobre a Terra. Generoso, como todas as almas nobres, grande era a sua preocupação com outras pessoas. Como ficaria sua mãe sem ele, por exemplo?
Quando soprou as oito velas do seu bolo de aniversário e sofreu uma nova e grave crise que o levou ao hospital mais uma vez, Peter resolveu fazer uma lista. Era uma lista de alguns itens que ele desejava executar, antes de morrer. Dos itens constava encontrar alguém que se encarregasse de retirar a neve da frente da casa. E isso não foi muito difícil, porque um dos vizinhos disse que teria prazer em assumir esse encargo.
E, porque se preocupasse com a qualidade de vida de sua mãe, desejava conseguir, de alguma forma, que ela concluísse a canção que começara a compor quando ele nascera. Seria o reconhecimento e a consagração dela como compositora.
Para si mesmo, duas coisas eram muito especiais: morrer em casa, cercado de seus amigos e colocar um grande mastro, frente à sua casa, sinalizando que era ali que Peter se encontrava. Ele iria morrer e desejava que os anjos soubessem onde ele morava, para o virem buscar.
A mãe, descobrindo a lista e reconhecendo a sua importância, se esmerou e, mesmo com o coração a sangrar, concluiu a canção.
Ela a chamou de O Salmo 151. Explicou que lera os 150 salmos da Bíblia, mas que nenhum deles traduzia a alegria que ela sentira ao dar à luz a seu filho. A dificuldade em concluí-la se dera em função da descoberta da enfermidade de que ele era portador e do pouco tempo de vida que teria. Todos os recursos possíveis foram empreendidos para que o convênio de saúde aprovasse cuidados ao pequeno enfermo, no lar.
E, numa tarde fria, enquanto Peter se despedia da vida física, os amigos se reuniram para cantar, junto com sua mãe, O Salmo 151. Quando Peter deixou exalar o último e tranqüilo suspiro, os olhos dos amigos se ergueram para contemplar a bandeira tremulando ao vento.
E, em todos os corações, havia a certeza: a bandeira indicativa era desnecessária. Pela forma como suportara a enfermidade e as dores, como se preparara para a morte, pelo seu desprendimento e amor, os anjos sabiam, com certeza, onde estava Peter. E o tinham vindo buscar.
* * *
Existem Espíritos que estão entre nós por pouco tempo. Especiais, destacam-se pela sua forma de ver e sentir a vida. Vem e vão rapidamente. No entanto, a sua mensagem de amor é de tal forma forte, vigorosa, que deixam o aroma da sua presença indelével entre os que tiveram a ventura de com eles conviver. A sua lição é do amor que não se apaga, da bondade que se preocupa com o outro e da sábia resignação ante aquilo que não pode ser alterado. Pensemos nisso!
Quando soprou as oito velas do seu bolo de aniversário e sofreu uma nova e grave crise que o levou ao hospital mais uma vez, Peter resolveu fazer uma lista. Era uma lista de alguns itens que ele desejava executar, antes de morrer. Dos itens constava encontrar alguém que se encarregasse de retirar a neve da frente da casa. E isso não foi muito difícil, porque um dos vizinhos disse que teria prazer em assumir esse encargo.
E, porque se preocupasse com a qualidade de vida de sua mãe, desejava conseguir, de alguma forma, que ela concluísse a canção que começara a compor quando ele nascera. Seria o reconhecimento e a consagração dela como compositora.
Para si mesmo, duas coisas eram muito especiais: morrer em casa, cercado de seus amigos e colocar um grande mastro, frente à sua casa, sinalizando que era ali que Peter se encontrava. Ele iria morrer e desejava que os anjos soubessem onde ele morava, para o virem buscar.
A mãe, descobrindo a lista e reconhecendo a sua importância, se esmerou e, mesmo com o coração a sangrar, concluiu a canção.
Ela a chamou de O Salmo 151. Explicou que lera os 150 salmos da Bíblia, mas que nenhum deles traduzia a alegria que ela sentira ao dar à luz a seu filho. A dificuldade em concluí-la se dera em função da descoberta da enfermidade de que ele era portador e do pouco tempo de vida que teria. Todos os recursos possíveis foram empreendidos para que o convênio de saúde aprovasse cuidados ao pequeno enfermo, no lar.
E, numa tarde fria, enquanto Peter se despedia da vida física, os amigos se reuniram para cantar, junto com sua mãe, O Salmo 151. Quando Peter deixou exalar o último e tranqüilo suspiro, os olhos dos amigos se ergueram para contemplar a bandeira tremulando ao vento.
E, em todos os corações, havia a certeza: a bandeira indicativa era desnecessária. Pela forma como suportara a enfermidade e as dores, como se preparara para a morte, pelo seu desprendimento e amor, os anjos sabiam, com certeza, onde estava Peter. E o tinham vindo buscar.
* * *
Existem Espíritos que estão entre nós por pouco tempo. Especiais, destacam-se pela sua forma de ver e sentir a vida. Vem e vão rapidamente. No entanto, a sua mensagem de amor é de tal forma forte, vigorosa, que deixam o aroma da sua presença indelével entre os que tiveram a ventura de com eles conviver. A sua lição é do amor que não se apaga, da bondade que se preocupa com o outro e da sábia resignação ante aquilo que não pode ser alterado. Pensemos nisso!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Suicídio, a porta falsa
Desde que bebera a substância venenosa, Marina sentia-se morrer, sem morrer. Não queria viver mais. Experimentara o desprezo de Jorge, o jovem de quem se enamorara e com que acariciava o sonho de casar-se e criar os filhos. Foram dois anos de esperanças. Tudo em vão.
Não dera ouvidos ao pai que costumava dizer-lhe: "cuidado com os rapazes de hoje, filha, nem sempre têm bom caráter." Achava o paizinho antiquado e exigente. Mas como resistir? Jorge a buscava todas as noites. Começou pedindo livros emprestados. Depois de algumas semanas estavam juntos no cinema. O filme era envolvente. Contava a história de uma jovem tímida, contrariada pela família, que entregara-se ao rapaz, com quem fugiu, confiante. Ninguém poderia dizer o que aconteceria depois, mas o cinema coroara a aventura com um romântico beijo. Na saída, a garoa fina. Jorge a convida para um passeio. Marina pensava na heroína do filme, e não teve coragem de dizer não.
Pela primeira vez Marina mentiu à mãezinha que a esperava, ansiosa, às três horas da madrugada. "a chuva atrapalhou, mãe, ficamos na casa de Jorge até agora." Outros tantos passeios a sós se repetiram até que um dia Marina sentiu-se enjoada e com tonturas. Jorge a levou ao consultório de um médico, ainda jovem, que a olhava com ares de malícia. A moça ficou um tanto revoltada diante dele, mas submeteu-se ao aborto. Desejava ser mãe, mas o namorado convenceu-a de que era preciso casarem-se antes. Terminaria os estudos e então se casariam.
Daquele dia em diante Marina sentia-se diferente. Via-se perseguida, em sonho, por alguém que lhe gritava aos ouvidos: "mãe, mãe, por que me mataste? Contou seu drama ao namorado, mas ele dizia que ela estava precisando de um psiquiatra.
O tempo passou e Marina sentia-se cada vez mais atormentada. Toda vez que falava sobre isso com Jorge ele a acalmava dizendo que logo se casariam.
Um dia, quando sentia-se muito deprimida, ela procurou Jorge, a quem considerava seu noivo, e o encontrou com outra moça. Ele a conduziu à pequena distância e explicou-se. Não a amava, confessou áspero. É melhor terminarmos assim, falou com frieza, antes de mais sérias dificuldades.
O mundo íntimo de Marina desmoronou. A idéia de suicídio envolveu-a completamente. No caminho para casa, adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes. E, pela manhã, sorveu a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na carne nos nervos, no sangue, nos ossos... Convulsões sucessivas não lhe permitiam morrer. Entretanto, ouvia sua própria mãe a gritar como louca: "Morta! Morta"!
Marina sentiu-se carregada. Dois homens a colocaram na ambulância. Ela não apenas chorava, rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os terríveis lamentos. Viu-se atirada, sem qualquer consideração, na "laje fria". Suplicava socorro. Agitava-se. Mas ninguém lhe dava ouvidos.
Depois de algum tempo é que percebeu que conseguira sair do corpo, porque identificou os jovens médicos a cortar-lhe as vísceras para exame necrológico. Marina conseguira matar o corpo, mas continuava viva. De pé, ainda cambaleante, sentindo todas as dores e convulsões de momentos antes, Marina grita: Mãe! Minha mãe! Quero viver! Viver!
Outra voz, contudo, ecoou ameaçadora e sarcástica aos seus ouvidos: Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!... Procurou com os olhos agoniados quem lhe falava, mas apenas sentiu que braços vigorosos a aprisionavam.
Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se terrivelmente para voltar e erguer-se de novo no corpo tombado na mesa fria. Mas era tarde demais...
***
O suicídio é um terrível engano, por ser uma porta falsa. Não nos deixemos tentar pelo convite ao suicídio. Nunca valerá a pena. Antes, roguemos a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.
Não dera ouvidos ao pai que costumava dizer-lhe: "cuidado com os rapazes de hoje, filha, nem sempre têm bom caráter." Achava o paizinho antiquado e exigente. Mas como resistir? Jorge a buscava todas as noites. Começou pedindo livros emprestados. Depois de algumas semanas estavam juntos no cinema. O filme era envolvente. Contava a história de uma jovem tímida, contrariada pela família, que entregara-se ao rapaz, com quem fugiu, confiante. Ninguém poderia dizer o que aconteceria depois, mas o cinema coroara a aventura com um romântico beijo. Na saída, a garoa fina. Jorge a convida para um passeio. Marina pensava na heroína do filme, e não teve coragem de dizer não.
Pela primeira vez Marina mentiu à mãezinha que a esperava, ansiosa, às três horas da madrugada. "a chuva atrapalhou, mãe, ficamos na casa de Jorge até agora." Outros tantos passeios a sós se repetiram até que um dia Marina sentiu-se enjoada e com tonturas. Jorge a levou ao consultório de um médico, ainda jovem, que a olhava com ares de malícia. A moça ficou um tanto revoltada diante dele, mas submeteu-se ao aborto. Desejava ser mãe, mas o namorado convenceu-a de que era preciso casarem-se antes. Terminaria os estudos e então se casariam.
Daquele dia em diante Marina sentia-se diferente. Via-se perseguida, em sonho, por alguém que lhe gritava aos ouvidos: "mãe, mãe, por que me mataste? Contou seu drama ao namorado, mas ele dizia que ela estava precisando de um psiquiatra.
O tempo passou e Marina sentia-se cada vez mais atormentada. Toda vez que falava sobre isso com Jorge ele a acalmava dizendo que logo se casariam.
Um dia, quando sentia-se muito deprimida, ela procurou Jorge, a quem considerava seu noivo, e o encontrou com outra moça. Ele a conduziu à pequena distância e explicou-se. Não a amava, confessou áspero. É melhor terminarmos assim, falou com frieza, antes de mais sérias dificuldades.
O mundo íntimo de Marina desmoronou. A idéia de suicídio envolveu-a completamente. No caminho para casa, adquiriu a substância letal. Escreveu bilhetes. E, pela manhã, sorveu a poção de uma só vez. Pavorosa dor irrompeu-lhe na carne nos nervos, no sangue, nos ossos... Convulsões sucessivas não lhe permitiam morrer. Entretanto, ouvia sua própria mãe a gritar como louca: "Morta! Morta"!
Marina sentiu-se carregada. Dois homens a colocaram na ambulância. Ela não apenas chorava, rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os terríveis lamentos. Viu-se atirada, sem qualquer consideração, na "laje fria". Suplicava socorro. Agitava-se. Mas ninguém lhe dava ouvidos.
Depois de algum tempo é que percebeu que conseguira sair do corpo, porque identificou os jovens médicos a cortar-lhe as vísceras para exame necrológico. Marina conseguira matar o corpo, mas continuava viva. De pé, ainda cambaleante, sentindo todas as dores e convulsões de momentos antes, Marina grita: Mãe! Minha mãe! Quero viver! Viver!
Outra voz, contudo, ecoou ameaçadora e sarcástica aos seus ouvidos: Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!... Procurou com os olhos agoniados quem lhe falava, mas apenas sentiu que braços vigorosos a aprisionavam.
Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se terrivelmente para voltar e erguer-se de novo no corpo tombado na mesa fria. Mas era tarde demais...
***
O suicídio é um terrível engano, por ser uma porta falsa. Não nos deixemos tentar pelo convite ao suicídio. Nunca valerá a pena. Antes, roguemos a Deus forças para suportar o fardo que carregamos.
terça-feira, 13 de abril de 2010
O beijo de cada signo
Há beijos de amor, de amizade, de paixão, de desejo. Beijos que seduzem, beijos que conquistam. Beijos de despedida, que selam uma história ou prenunciam um recomeço. Beijos… Na hora do beijo, é impossível ser falso, dissimulado. Mais do que o ato de amor, o beijo fala por si mesmo. Traduz emoções. Revela personalidades. Anuncia um jeito de ser, de amar, de sentir… A seguir, você descobrirá os segredos dos beijos do nativo de cada signo. Leia e, na primeira oportunidade, descubra se o seu bem-querer beija do jeitinho que os astros mandam. Bons beijos! E bons amores!
O beijo de Áries
O ariano beija com o corpo todo. Ele pulsa, ele se entrega… e ao mesmo tempo ele domina. Percorre a boca desejada com fogo e paixão. Não é dado a beijocas superficiais, pois gosta de sentir uma emoção e uma energia intensas nesse momento especial.
O beijo de Touro
O taurino tem um beijo guloso, profundo, altamente sensual. Ele aprecia o sabor, o calor, a textura da boca beijada. Não tem pressa e é capaz de ficar longos minutos deliciando-se com o gosto da pessoa amada
O beijo de Gêmeos
O geminiano gosta de alternar beijos mais profundos e intensos com leves beijocas e brincadeiras com a ponta da língua, percorrendo os contornos da boca da pessoa amada, mordiscando-a, saboreando-a… É um beijo meio moleque, gostoso, jovial e cativante.
O beijo de Câncer
O canceriano coloca a própria alma no ato de beijar. No momento em que seus lábios se unem à boca da pessoa amada, ele traduz o mais puro romantismo e faz dessa carícia uma verdadeira declaração de amor.
O beijo de Leão
O leonino acredita que beijar é uma arte. Por isso, ele se esmera em percorrer docemente a boca do parceiro, alternando carícias suaves com outras mais ardentes. Seu beijo tem gosto de paixão, de desejo, de força e intensidade. Enfim, é um beijo de Fogo, capaz de seduzir e incendiar.
O beijo de Virgem
O virginiano é perfeccionista até no beijo. Que grande qualidade! Ele toma o maior cuidado para que a pessoa amada se sinta plenamente envolvida pela carícia de seus lábios suaves e de sua língua ávida de sensações. É um beijo intenso, molhado, delicioso!
O beijo de Libra
O libriano beija no estilo romântico. Com seus lábios doces e ao mesmo tempo ousados, ele conduz a pessoa amada para um lindo cenário, feito de flores, nascentes de água e pôr-do-sol. Impossível não se entregar à carícia feita por essa boca que sempre parece querer "algo mais"…
O beijo de Escorpião
O escorpiano faz do beijo uma extensão do ato sexual. É um beijo erótico, quente, convidativo, que faz pensar nas cenas mais loucas e ardentes. É um beijo-armadilha, um beijo-sedução, um beijo-paixão… Uma experiência inesquecível!
O beijo de Sagitário
O sagitariano não beija apenas com a boca, mas com o corpo todo. Ele percorre o corpo da pessoa amada como se quisesse invadi-lo, conhecer todos os seus segredos, ultrapassar fronteiras. É um beijo quente e sensual, com um quê de selvagem, com cheiro de feno e sabor de aventura.
O beijo de Capricórnio
O capricorniano beija meticulosamente. Começa devagarzinho, como se quisesse tomar posse do "território desconhecido"… Depois, ele vai se aprofundando mais e mais, em busca de uma intensidade cada vez maior. É um beijo prolongado, desses que roubam o fôlego e deixam um gostinho de "quero mais"…
O beijo de Aquário
O aquariano beija como se quisesse desafiar as expectativas da pessoa amada. Alterna beijos carinhosos com outros de pura volúpia e é capaz de transmitir um desejo intenso com o mais simples toque de lábios… Está sempre em busca de sensações novas e não tem medo de ousar.
O beijo de Peixes
O pisciano tem um beijo inteiramente devotado à pessoa amada. É um beijo-doação, em que ele procura proporcionar o máximo de sensações, de prazeres, de sabores e calores… Por isso mesmo, é um beijo delicioso, que nunca se repete, mas se supera a cada nova experiência.
O beijo de Áries
O ariano beija com o corpo todo. Ele pulsa, ele se entrega… e ao mesmo tempo ele domina. Percorre a boca desejada com fogo e paixão. Não é dado a beijocas superficiais, pois gosta de sentir uma emoção e uma energia intensas nesse momento especial.
O beijo de Touro
O taurino tem um beijo guloso, profundo, altamente sensual. Ele aprecia o sabor, o calor, a textura da boca beijada. Não tem pressa e é capaz de ficar longos minutos deliciando-se com o gosto da pessoa amada
O beijo de Gêmeos
O geminiano gosta de alternar beijos mais profundos e intensos com leves beijocas e brincadeiras com a ponta da língua, percorrendo os contornos da boca da pessoa amada, mordiscando-a, saboreando-a… É um beijo meio moleque, gostoso, jovial e cativante.
O beijo de Câncer
O canceriano coloca a própria alma no ato de beijar. No momento em que seus lábios se unem à boca da pessoa amada, ele traduz o mais puro romantismo e faz dessa carícia uma verdadeira declaração de amor.
O beijo de Leão
O leonino acredita que beijar é uma arte. Por isso, ele se esmera em percorrer docemente a boca do parceiro, alternando carícias suaves com outras mais ardentes. Seu beijo tem gosto de paixão, de desejo, de força e intensidade. Enfim, é um beijo de Fogo, capaz de seduzir e incendiar.
O beijo de Virgem
O virginiano é perfeccionista até no beijo. Que grande qualidade! Ele toma o maior cuidado para que a pessoa amada se sinta plenamente envolvida pela carícia de seus lábios suaves e de sua língua ávida de sensações. É um beijo intenso, molhado, delicioso!
O beijo de Libra
O libriano beija no estilo romântico. Com seus lábios doces e ao mesmo tempo ousados, ele conduz a pessoa amada para um lindo cenário, feito de flores, nascentes de água e pôr-do-sol. Impossível não se entregar à carícia feita por essa boca que sempre parece querer "algo mais"…
O beijo de Escorpião
O escorpiano faz do beijo uma extensão do ato sexual. É um beijo erótico, quente, convidativo, que faz pensar nas cenas mais loucas e ardentes. É um beijo-armadilha, um beijo-sedução, um beijo-paixão… Uma experiência inesquecível!
O beijo de Sagitário
O sagitariano não beija apenas com a boca, mas com o corpo todo. Ele percorre o corpo da pessoa amada como se quisesse invadi-lo, conhecer todos os seus segredos, ultrapassar fronteiras. É um beijo quente e sensual, com um quê de selvagem, com cheiro de feno e sabor de aventura.
O beijo de Capricórnio
O capricorniano beija meticulosamente. Começa devagarzinho, como se quisesse tomar posse do "território desconhecido"… Depois, ele vai se aprofundando mais e mais, em busca de uma intensidade cada vez maior. É um beijo prolongado, desses que roubam o fôlego e deixam um gostinho de "quero mais"…
O beijo de Aquário
O aquariano beija como se quisesse desafiar as expectativas da pessoa amada. Alterna beijos carinhosos com outros de pura volúpia e é capaz de transmitir um desejo intenso com o mais simples toque de lábios… Está sempre em busca de sensações novas e não tem medo de ousar.
O beijo de Peixes
O pisciano tem um beijo inteiramente devotado à pessoa amada. É um beijo-doação, em que ele procura proporcionar o máximo de sensações, de prazeres, de sabores e calores… Por isso mesmo, é um beijo delicioso, que nunca se repete, mas se supera a cada nova experiência.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
As lágrimas
Existem pessoas que afirmam terem uma grande dificuldade para chorar. Algumas, com certa inveja, comentam sobre a facilidade de outras em demonstrar sentimentos através das lágrimas. Há quem acredite que as lágrimas são próprias da feminilidade, que atestam fraqueza, fragilidade.
Um pai que não conseguia chorar foi surpreendido pela pergunta de seu filho de 5 anos: - Pai, por que nunca vi você chorar?
Que poderia ele responder? Talvez fossem seus anos de raiva, tristeza e até de alegrias engolidas que o impedissem de se expressar com lágrimas, ou talvez porque fora educado com os conceitos de que o homem não deve chorar.
A verdade é que aquele pai sofria de problemas de depressão, com os quais lutava há tempos e somente respondeu: - Filho, lágrimas fazem bem para meninos e meninas. Fico feliz que você possa chorar sempre que está triste. Os pais, às vezes, têm dificuldade para mostrar como sentem. Talvez eu possa melhorar algum dia.
Nos dias que se seguiram, o pai pediu intensamente a Deus alguma coisa que o fizesse sentir-se melhor.
Aproximava-se o Natal com todo seu encanto e magia. O diretor da escola perguntou se Patrick, o garoto de 5 anos, poderia cantar uma estrofe de uma canção Natalina na igreja. Naturalmente, os pais se encheram de entusiasmo. O filho tinha vocação para a música. Estudava piano desde os 4 anos de idade. Gostava de cantar.
À medida que os dias iam sendo marcados no calendário, dando ciência da proximidade do evento, pai e filho começaram a ficar assustados. O menino começou a temer não conseguir e o pai, principalmente o pai compareceu à cerimônia religiosa na véspera de Natal, com expectativas limitadas. Colocou-se no lugar do filho e imaginou que jamais ele enfrentaria um microfone e uma igreja com centenas de pessoas.
O garoto, vestido de branco, aproximou-se do microfone e começou a entoar as notas uma a uma. Eram versos lindos que enchiam o espaço e os corações. O pai contemplou o menino e sentiu-se invadir por uma onda de ternura. O que seu filho cantava tinha sabor de eternidade, uma beleza sem par. Parecia-lhe que um anjo se corporificara ali, perante a congregação, para brindar a todos com um presente especial de Natal. Então, grossas lágrimas surgiram nos olhos naquele pai.
A canção terminou e ele buscou o filho, ainda nos corredores. Ajoelhou-se, para ficar do tamanho dele e penetrou com o seu o olhar azul do filho.
- Patrick, você se lembra de quando me perguntou por que nunca me tinha visto chorar?
O menino afirmou com a cabeça.
- Bem, estou chorando agora. Seu canto foi tão lindo que me fez chorar.
O garoto sorriu, feliz, e atirou-se nos braços do pai, dizendo-lhe ao ouvido enquanto o estreitava fortemente: - Às vezes, a vida é tão bonita que a gente tem de chorar.
***
Todos nós detemos a capacidade dos melhores sentimentos de amor. Expressá-los, permitir que outros compartilhem das nossas emoções, das alegrias ou das dores que nos invadam o íntimo, é também exercício de humildade e fraternidade. Quando nos sentirmos tocar nas fibras mais delicadas de nosso ser, pela música, um gesto de carinho, uma conquista dos nossos pequenos, permitamo-nos a visita das lágrimas doces, expressão do amor que alimenta outros amores, sem vergonha, porque ninguém evolui realmente sem o cultivo dos sentimentos mais edificantes.
Um pai que não conseguia chorar foi surpreendido pela pergunta de seu filho de 5 anos: - Pai, por que nunca vi você chorar?
Que poderia ele responder? Talvez fossem seus anos de raiva, tristeza e até de alegrias engolidas que o impedissem de se expressar com lágrimas, ou talvez porque fora educado com os conceitos de que o homem não deve chorar.
A verdade é que aquele pai sofria de problemas de depressão, com os quais lutava há tempos e somente respondeu: - Filho, lágrimas fazem bem para meninos e meninas. Fico feliz que você possa chorar sempre que está triste. Os pais, às vezes, têm dificuldade para mostrar como sentem. Talvez eu possa melhorar algum dia.
Nos dias que se seguiram, o pai pediu intensamente a Deus alguma coisa que o fizesse sentir-se melhor.
Aproximava-se o Natal com todo seu encanto e magia. O diretor da escola perguntou se Patrick, o garoto de 5 anos, poderia cantar uma estrofe de uma canção Natalina na igreja. Naturalmente, os pais se encheram de entusiasmo. O filho tinha vocação para a música. Estudava piano desde os 4 anos de idade. Gostava de cantar.
À medida que os dias iam sendo marcados no calendário, dando ciência da proximidade do evento, pai e filho começaram a ficar assustados. O menino começou a temer não conseguir e o pai, principalmente o pai compareceu à cerimônia religiosa na véspera de Natal, com expectativas limitadas. Colocou-se no lugar do filho e imaginou que jamais ele enfrentaria um microfone e uma igreja com centenas de pessoas.
O garoto, vestido de branco, aproximou-se do microfone e começou a entoar as notas uma a uma. Eram versos lindos que enchiam o espaço e os corações. O pai contemplou o menino e sentiu-se invadir por uma onda de ternura. O que seu filho cantava tinha sabor de eternidade, uma beleza sem par. Parecia-lhe que um anjo se corporificara ali, perante a congregação, para brindar a todos com um presente especial de Natal. Então, grossas lágrimas surgiram nos olhos naquele pai.
A canção terminou e ele buscou o filho, ainda nos corredores. Ajoelhou-se, para ficar do tamanho dele e penetrou com o seu o olhar azul do filho.
- Patrick, você se lembra de quando me perguntou por que nunca me tinha visto chorar?
O menino afirmou com a cabeça.
- Bem, estou chorando agora. Seu canto foi tão lindo que me fez chorar.
O garoto sorriu, feliz, e atirou-se nos braços do pai, dizendo-lhe ao ouvido enquanto o estreitava fortemente: - Às vezes, a vida é tão bonita que a gente tem de chorar.
***
Todos nós detemos a capacidade dos melhores sentimentos de amor. Expressá-los, permitir que outros compartilhem das nossas emoções, das alegrias ou das dores que nos invadam o íntimo, é também exercício de humildade e fraternidade. Quando nos sentirmos tocar nas fibras mais delicadas de nosso ser, pela música, um gesto de carinho, uma conquista dos nossos pequenos, permitamo-nos a visita das lágrimas doces, expressão do amor que alimenta outros amores, sem vergonha, porque ninguém evolui realmente sem o cultivo dos sentimentos mais edificantes.
O pior jeito de terminar um namoro
Perto da porta ele parou e ficou perto dela... E lentamente ele tirou o anel de formatura da mão dela. Todos que estavam assistindo não falaram nada...
Uma lágrima silenciosa correu pelo o rosto dele. Ele se lembrou das memórias maravilhosas; dos momentos que juntos andaram na chuva e na areia. As músicas, as estrelas, o pôr-do-sol que muitas vezes assistiram de mãos dadas. Mas agora os olhos dela estavam terrivelmente frios, e ele nunca a teria em seus braços novamente!
Todos assistiram em silêncio quando ele se curvou perto dela, com o rosto molhado em lágrimas e baixinho falou, - Eu te amo!
Ele fez um carinho no rosto daquela tão amada e começou a chorar... Como se estivesse em transe... Colocou o anel na sua própria mão e desejou morrer; e então, o vento começou a soprar quando eles desceram o caixão dentro da neve fria...
Isso é o que pode acontecer quando estamos vivos, e apesar de tanta alegria após uma festa, deixamos de dizer a um amigo: - Você esta bêbado, é melhor você não dirigir!
Uma lágrima silenciosa correu pelo o rosto dele. Ele se lembrou das memórias maravilhosas; dos momentos que juntos andaram na chuva e na areia. As músicas, as estrelas, o pôr-do-sol que muitas vezes assistiram de mãos dadas. Mas agora os olhos dela estavam terrivelmente frios, e ele nunca a teria em seus braços novamente!
Todos assistiram em silêncio quando ele se curvou perto dela, com o rosto molhado em lágrimas e baixinho falou, - Eu te amo!
Ele fez um carinho no rosto daquela tão amada e começou a chorar... Como se estivesse em transe... Colocou o anel na sua própria mão e desejou morrer; e então, o vento começou a soprar quando eles desceram o caixão dentro da neve fria...
Isso é o que pode acontecer quando estamos vivos, e apesar de tanta alegria após uma festa, deixamos de dizer a um amigo: - Você esta bêbado, é melhor você não dirigir!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Lição de um coração infantil
Foi ao visitar o hospital que o menino conheceu a garota doente. Ao entrar, ele teve uma vaga impressão de tristeza. Achou estranho. Afinal, o médico lhe mostrou um grande armário com pílulas contra tosse, pomada amarela contra bolhas e pó branco contra febre. Mostrou-lhe a sala onde se podia olhar através do corpo de uma pessoa como através de uma janela, para ver onde a doença se escondeu. Mostrou-lhe outra com espelho, onde se operavam tantas coisas que ameaçavam a vida.
Estranho, pensava o garoto. Se aqui impedem
o mal de ir adiante, tudo devia parecer alegre e feliz. Por que estou sentindo tanta tristeza?
O médico lhe explicou como a doença insistia
em entrar no corpo das pessoas. Que havia mil espécies de doenças, que usavam
máscaras para que não pudessem ser reconhecidas e como era difícil manter a saúde. Explicou ainda que era preciso estudar
muito para desmascarar, desanimar a doença,
colocá-la para fora e atrair a saúde,
impedindo-a de fugir.
Mas, quando entrou no quarto da doentinha,
ele a achou bonita, mas pálida. Os cabelos se esparramavam pelo travesseiro. Ela lhe disse que não podia andar. Mas também não tinha muita importância porque ela não tinha lugar nenhum para ir.
Roberto lhe falou do jardim, cheio de flores,
que ele tinha em sua casa. Ela pareceu se animar um pouco e respondeu que se tivesse um jardim, talvez sentisse vontade de sarar,
para passear entre as flores. Enquanto ela continuava desfilando sua tristeza,
contando das pílulas e injeções que devia
tomar todos os dias e dos exercícios que
precisava fazer, Roberto pensava: para esta menina sarar, é preciso que ela deseje ver o dia seguinte. Se ela tivesse uma flor, com sua maneira toda especial de se abrir, de improvisar surpresas, talvez quisesse sarar. Uma flor que cresce é uma verdadeira adivinhação que recomeça cada manhã. Um dia ela entreabre um botão, num outro
desfralda uma folha mais verde que uma rã,
num outro desenrola uma pétala. Talvez esta menina esqueça a doença, esperando cada dia uma surpresa. Roberto afirmou que ela iria sarar e desejou ardentemente isto.
Depois foi providenciar flores, diversas flores
e as colocou sobre a mesa, perto da janela,
aos pés da cama. Trouxe uma esplêndida rosa, que parecia ir lentamente abrindo suas pétalas como se estivesse envergonhada ou talvez quisesse guardar a surpresa para outro dia.
Então, a menina que somente ficava olhando
o teto e contando os buraquinhos da madeira,
contemplou as flores e sorriu. Naquela noite mesmo a tristeza saiu pela janela e a menina começou a mover as pernas.
***
Você sabia? Que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste? E que para curar-se dos males físicos é preciso
ter vontade de viver? Todo bom médico sabe disso.
E sabe também que para travar a luta ininterrupta contra a doença, preservando a saúde, é preciso ver nos pacientes seus irmãos. Em síntese, é necessário amar muito as criaturas. Só assim ele tem condições de detectar as doenças e restabelecer a saúde
dos seus pacientes.
Estranho, pensava o garoto. Se aqui impedem
o mal de ir adiante, tudo devia parecer alegre e feliz. Por que estou sentindo tanta tristeza?
O médico lhe explicou como a doença insistia
em entrar no corpo das pessoas. Que havia mil espécies de doenças, que usavam
máscaras para que não pudessem ser reconhecidas e como era difícil manter a saúde. Explicou ainda que era preciso estudar
muito para desmascarar, desanimar a doença,
colocá-la para fora e atrair a saúde,
impedindo-a de fugir.
Mas, quando entrou no quarto da doentinha,
ele a achou bonita, mas pálida. Os cabelos se esparramavam pelo travesseiro. Ela lhe disse que não podia andar. Mas também não tinha muita importância porque ela não tinha lugar nenhum para ir.
Roberto lhe falou do jardim, cheio de flores,
que ele tinha em sua casa. Ela pareceu se animar um pouco e respondeu que se tivesse um jardim, talvez sentisse vontade de sarar,
para passear entre as flores. Enquanto ela continuava desfilando sua tristeza,
contando das pílulas e injeções que devia
tomar todos os dias e dos exercícios que
precisava fazer, Roberto pensava: para esta menina sarar, é preciso que ela deseje ver o dia seguinte. Se ela tivesse uma flor, com sua maneira toda especial de se abrir, de improvisar surpresas, talvez quisesse sarar. Uma flor que cresce é uma verdadeira adivinhação que recomeça cada manhã. Um dia ela entreabre um botão, num outro
desfralda uma folha mais verde que uma rã,
num outro desenrola uma pétala. Talvez esta menina esqueça a doença, esperando cada dia uma surpresa. Roberto afirmou que ela iria sarar e desejou ardentemente isto.
Depois foi providenciar flores, diversas flores
e as colocou sobre a mesa, perto da janela,
aos pés da cama. Trouxe uma esplêndida rosa, que parecia ir lentamente abrindo suas pétalas como se estivesse envergonhada ou talvez quisesse guardar a surpresa para outro dia.
Então, a menina que somente ficava olhando
o teto e contando os buraquinhos da madeira,
contemplou as flores e sorriu. Naquela noite mesmo a tristeza saiu pela janela e a menina começou a mover as pernas.
***
Você sabia? Que a medicina não pode quase nada contra um coração muito triste? E que para curar-se dos males físicos é preciso
ter vontade de viver? Todo bom médico sabe disso.
E sabe também que para travar a luta ininterrupta contra a doença, preservando a saúde, é preciso ver nos pacientes seus irmãos. Em síntese, é necessário amar muito as criaturas. Só assim ele tem condições de detectar as doenças e restabelecer a saúde
dos seus pacientes.
Amor verdadeiro
Um homem bastante idoso procurou uma Clínica para um curativo em sua mão ferida, dizendo-se muito apressado porque estava atrasado para um compromisso. Enquanto o tratava, o jovem médico quis saber o motivo da sua pressa e ele disse que precisava ir a um Asilo de Velhos tomar café da manhã com sua mulher que estava internada lá a bastante tempo…
Sua mulher sofria de Mal de “Alzheimer” em estágio bastante avançado. Enquanto terminava o curativo, o médico perguntou-lhe se ela não ficaria assustada pelo fato de ele estar atrasado. - Não - disse ele. - Ela já não sabe quem sou. Há quase cinco anos ela nem me reconhece…
Intrigado o médico lhe pergunta: - Mas se ela já nem sabe quem é o senhor, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?
O velho sorriu, deu uma palmadinha na mão do médico e disse: - É verdade… Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem QUEM ELA É.
Enquanto o velhinho saía apressado, o jovem médico sorria emocionado e pensava:
- Esta é a qualidade de amor que eu gostaria para a minha vida.
O Amor não se reduz ao físico, ao romântico…
O Amor verdadeiro é a aceitação
DE TUDO O QUE O OUTRO É…
DE TUDO QUE O OUTRO FOI…
DO QUE SERÁ…
DO QUE JÁ NÃO É…
Sua mulher sofria de Mal de “Alzheimer” em estágio bastante avançado. Enquanto terminava o curativo, o médico perguntou-lhe se ela não ficaria assustada pelo fato de ele estar atrasado. - Não - disse ele. - Ela já não sabe quem sou. Há quase cinco anos ela nem me reconhece…
Intrigado o médico lhe pergunta: - Mas se ela já nem sabe quem é o senhor, porque essa necessidade de estar com ela todas as manhãs?
O velho sorriu, deu uma palmadinha na mão do médico e disse: - É verdade… Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem QUEM ELA É.
Enquanto o velhinho saía apressado, o jovem médico sorria emocionado e pensava:
- Esta é a qualidade de amor que eu gostaria para a minha vida.
O Amor não se reduz ao físico, ao romântico…
O Amor verdadeiro é a aceitação
DE TUDO O QUE O OUTRO É…
DE TUDO QUE O OUTRO FOI…
DO QUE SERÁ…
DO QUE JÁ NÃO É…
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Um lição de vida
Um belo dia de sol, Sr. Mário, um velho caminhoneiro
chega em casa todo orgulhoso e chama a sua esposa
para ver o lindo caminhão que comprara
depois de longos e árduos 20 anos de trabalho.
Era o primeiro que conseguia comprar
depois de tantos anos de sufoco e estrada.
A partir daquele dia, finalmente seria seu próprio patrão.
Ao chegar à porta de casa,
encontra seu filhinho de seis anos,
martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão.
Irado e aos berros pergunta o que o filho estava fazendo e,
sem hesitar, completamente fora de si,
martela impiedosamente as mãos do garoto,
que se põe a chorar desesperadamente sem entender o que estava acontecendo.
A mulher do caminhoneiro corre em socorro do filho,
mas pouco pôde fazer.
Chorando junto ao filho,
consegue trazer o marido à realidade,
e juntos levam o garoto ao hospital para cuidar dos ferimentos provocados.
Passadas várias horas de cirurgia,
o médico desconsolado e bastante abatido,
chama os pais e informa que as dilacerações foram de tão grande extensão,
que todos os dedos da criança tiveram que ser amputados.
Porém, o menino era forte e resistia bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo no quarto.
Ao acordar, o menino ainda sonolento
esboçou um sorriso e disse ao pai:
-Papai, me desculpe. Eu só queria consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo.
O pai, enternecido e profundamente arrependido,
deu um forte abraço no filho e disse que aquilo não tinha mais importância.
Não estava bravo e sim arrependido de ter sido tão duro com ele
e que a lataria do caminhão não tinha estragado.
Então o garoto com os olhos radiantes perguntou:
- Quer dizer que não está mais bravo comigo?
- É claro que não! – respondeu o pai.
Ao que o menino pergunta:
- Se estou perdoado papai, quando meus dedinhos vão nascer de novo?
Nos momentos de raiva cega, machucamos as pessoas que mais amamos,
e muitas vezes não podemos “sarar” a ferida que deixamos.
Nos momentos de raiva, tente parar e pensar em suas atitudes,
a fim de evitar que os danos seja irreversíveis.
Não há nada pior que o arrependimento e a culpa.
Pense nisto!
chega em casa todo orgulhoso e chama a sua esposa
para ver o lindo caminhão que comprara
depois de longos e árduos 20 anos de trabalho.
Era o primeiro que conseguia comprar
depois de tantos anos de sufoco e estrada.
A partir daquele dia, finalmente seria seu próprio patrão.
Ao chegar à porta de casa,
encontra seu filhinho de seis anos,
martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão.
Irado e aos berros pergunta o que o filho estava fazendo e,
sem hesitar, completamente fora de si,
martela impiedosamente as mãos do garoto,
que se põe a chorar desesperadamente sem entender o que estava acontecendo.
A mulher do caminhoneiro corre em socorro do filho,
mas pouco pôde fazer.
Chorando junto ao filho,
consegue trazer o marido à realidade,
e juntos levam o garoto ao hospital para cuidar dos ferimentos provocados.
Passadas várias horas de cirurgia,
o médico desconsolado e bastante abatido,
chama os pais e informa que as dilacerações foram de tão grande extensão,
que todos os dedos da criança tiveram que ser amputados.
Porém, o menino era forte e resistia bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo no quarto.
Ao acordar, o menino ainda sonolento
esboçou um sorriso e disse ao pai:
-Papai, me desculpe. Eu só queria consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo.
O pai, enternecido e profundamente arrependido,
deu um forte abraço no filho e disse que aquilo não tinha mais importância.
Não estava bravo e sim arrependido de ter sido tão duro com ele
e que a lataria do caminhão não tinha estragado.
Então o garoto com os olhos radiantes perguntou:
- Quer dizer que não está mais bravo comigo?
- É claro que não! – respondeu o pai.
Ao que o menino pergunta:
- Se estou perdoado papai, quando meus dedinhos vão nascer de novo?
Nos momentos de raiva cega, machucamos as pessoas que mais amamos,
e muitas vezes não podemos “sarar” a ferida que deixamos.
Nos momentos de raiva, tente parar e pensar em suas atitudes,
a fim de evitar que os danos seja irreversíveis.
Não há nada pior que o arrependimento e a culpa.
Pense nisto!
terça-feira, 6 de abril de 2010
O homem que descobriu a Fé
Conta-se que um farmacêutico se dizia ateu e vangloriava-se de seu ateísmo. Deus, com certeza, deveria ser uma quimera, uma dessas fantasias para enganar a pessoas incautas e menos letradas. Talvez alguns mais desesperados que necessitassem de consolo e esperança.
Um dia, no quase crepúsculo, uma garotinha adentrou sua farmácia. Era loira, de tranças e trazia um semblante preocupado. Estendeu uma receita médica e pediu que a preparasse. O farmacêutico, embora ateu, era homem sensível e emocionou-se ao verificar o sofrimento daquela pequena, que, enquanto ele se dispunha a preparar a fórmula, assim se expressava: Prepare logo, moço, o médico disse que minha mãe precisa com urgência dessa medicação. Com habilidade, pois era muito bom em seu ofício, o farmacêutico preparou a fórmula, recebeu o pagamento e entregou o embrulho para a menina, que saiu apressada, quase a correr.
Retornou o profissional para as suas prateleiras e preparou-se para recolocar nos seus lugares os vidros dos quais retirara os ingredientes para aviar a receita. É quando se dá conta, estarrecido, que cometera um terrível engano. Em vez de usar certa substância medicamentosa, usara a dosagem de um violento veneno, capaz de causar a morte a qualquer pessoa.
As pernas bambearam. O coração bateu descompassado. Foi até a rua e olhou. Nem sinal da pequena. Onde procurá-la? O que fazer? De repente, como se fosse tomado de uma força misteriosa, o farmacêutico se indaga: E se Deus existir...?
Coloca a mão na fronte e em desespero clama: - Deus se existes, me perdoa. Faze com que aconteça alguma coisa, qualquer coisa para que ninguém beba daquela droga que preparei. Salva-me, Deus, de cometer um assassinato involuntário.
Ainda se encontrava em oração, quando alguém aciona a campainha do balcão. Pálido, preocupado, ele vai atender. Era a menina das tranças douradas, com os olhos cheios de lágrimas e uns cacos de vidro na mão. - Moço, pode preparar de novo, por favor? Tropecei, cai e derrubei o vidro. Perdi todo o remédio. Pode fazer de novo, pode?
O farmacêutico se reanima. Prepara novamente a fórmula, com todo cuidado e a entrega, dizendo que não custa nada. Ainda formula votos de saúde para a mãe da garota.
Desse dia em diante, o farmacêutico reformulou suas idéias. Decidiu ler e estudar a respeito do que dizia não crer e brincava. Porque embora a sua descrença, Deus que é Pai, atendeu a sua oração e lhe estendeu a Sua misericórdia.
***
No desdobramento de nossas experiências acabamos todos reconhecendo a presença divina. É algo muito forte em nós.
Mesmo entre pessoas consideradas de má vida, e criminosos, encontraremos vigente o conceito.
"Crermos em Deus nos dá segurança, mas, caminharmos com Ele, para Ele e termos a certeza de que somos filhos D'Ele é algo que somente aqueles que o são podem saber a Grande Diferença que nos faz".
É muito bom saber que, desde sempre, antes mesmo que o conhecêssemos, Deus já cuidava de nós e sempre quis nos mostrar que para obtermos esta filiação e a Vida Eterna, seria somente através de JESUS CRISTO, Seu Filho.
Um dia, no quase crepúsculo, uma garotinha adentrou sua farmácia. Era loira, de tranças e trazia um semblante preocupado. Estendeu uma receita médica e pediu que a preparasse. O farmacêutico, embora ateu, era homem sensível e emocionou-se ao verificar o sofrimento daquela pequena, que, enquanto ele se dispunha a preparar a fórmula, assim se expressava: Prepare logo, moço, o médico disse que minha mãe precisa com urgência dessa medicação. Com habilidade, pois era muito bom em seu ofício, o farmacêutico preparou a fórmula, recebeu o pagamento e entregou o embrulho para a menina, que saiu apressada, quase a correr.
Retornou o profissional para as suas prateleiras e preparou-se para recolocar nos seus lugares os vidros dos quais retirara os ingredientes para aviar a receita. É quando se dá conta, estarrecido, que cometera um terrível engano. Em vez de usar certa substância medicamentosa, usara a dosagem de um violento veneno, capaz de causar a morte a qualquer pessoa.
As pernas bambearam. O coração bateu descompassado. Foi até a rua e olhou. Nem sinal da pequena. Onde procurá-la? O que fazer? De repente, como se fosse tomado de uma força misteriosa, o farmacêutico se indaga: E se Deus existir...?
Coloca a mão na fronte e em desespero clama: - Deus se existes, me perdoa. Faze com que aconteça alguma coisa, qualquer coisa para que ninguém beba daquela droga que preparei. Salva-me, Deus, de cometer um assassinato involuntário.
Ainda se encontrava em oração, quando alguém aciona a campainha do balcão. Pálido, preocupado, ele vai atender. Era a menina das tranças douradas, com os olhos cheios de lágrimas e uns cacos de vidro na mão. - Moço, pode preparar de novo, por favor? Tropecei, cai e derrubei o vidro. Perdi todo o remédio. Pode fazer de novo, pode?
O farmacêutico se reanima. Prepara novamente a fórmula, com todo cuidado e a entrega, dizendo que não custa nada. Ainda formula votos de saúde para a mãe da garota.
Desse dia em diante, o farmacêutico reformulou suas idéias. Decidiu ler e estudar a respeito do que dizia não crer e brincava. Porque embora a sua descrença, Deus que é Pai, atendeu a sua oração e lhe estendeu a Sua misericórdia.
***
No desdobramento de nossas experiências acabamos todos reconhecendo a presença divina. É algo muito forte em nós.
Mesmo entre pessoas consideradas de má vida, e criminosos, encontraremos vigente o conceito.
"Crermos em Deus nos dá segurança, mas, caminharmos com Ele, para Ele e termos a certeza de que somos filhos D'Ele é algo que somente aqueles que o são podem saber a Grande Diferença que nos faz".
É muito bom saber que, desde sempre, antes mesmo que o conhecêssemos, Deus já cuidava de nós e sempre quis nos mostrar que para obtermos esta filiação e a Vida Eterna, seria somente através de JESUS CRISTO, Seu Filho.
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Pedido de Deus
Eram aproximadamente 10 horas quando um jovem começou a dirigir-se para casa. Sentado no seu carro, ele começou a pedir: - "Deus! Se ainda falas com as pessoas, fale comigo. Eu irei ouvi-lo. Farei tudo para obedecê-lo".
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho: "Pare e compre um galão de leite". Ele balançou a cabeça e falou alto: "Deus? É o Senhor?" Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento: "Compre um galão de leite". O jovem pensou em Samuel e como ele não reconheceu a voz de Deus, e como Samuel correu para Ele. Isso não parece ser um teste de obediência muito difícil... Ele poderia também usar o leite.
O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa. Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido: "Vire naquela rua". Isso é loucura... - pensou e, passou direto pelo retorno. Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua. No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua. Meio brincalhão, ele falou alto: "Muito bem, Deus. Eu farei". Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência. Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estavam escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa. Novamente, ele sentiu algo: "Vá e dê o leite para as pessoas questão naquela casa do outro lado da rua". O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta, mas voltou a sentar-se. "Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?". Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite.
Inicialmente, ele abriu a porta... "Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas. Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente! Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui". Ele atravessou a rua e tocou a campainha. Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto: "Quem está aí? O que você quer? "A porta abriu-se, em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele desconhecido em pé na sua soleira. "O que é? ". O jovem entregou-lhe o galão de leite. "Comprei isto para vocês". O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. A mulher pegou o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando: "Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedia Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite". Sua esposa gritou lá da cozinha: "Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco... Você é um anjo?"
O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem. Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele experimentou que Deus ainda responde os pedidos.
Enquanto dirigia pela rua principal da cidade, ele teve um pensamento muito estranho: "Pare e compre um galão de leite". Ele balançou a cabeça e falou alto: "Deus? É o Senhor?" Ele não obteve resposta e continuou dirigindo-se para casa. Porém, novamente, surgiu o pensamento: "Compre um galão de leite". O jovem pensou em Samuel e como ele não reconheceu a voz de Deus, e como Samuel correu para Ele. Isso não parece ser um teste de obediência muito difícil... Ele poderia também usar o leite.
O jovem parou, comprou o leite e reiniciou o caminho de casa. Quando ele passava pela sétima rua, novamente ele sentiu um pedido: "Vire naquela rua". Isso é loucura... - pensou e, passou direto pelo retorno. Novamente ele sentiu que deveria ter virado na sétima rua. No retorno seguinte, ele virou e dirigiu-se pela sétima rua. Meio brincalhão, ele falou alto: "Muito bem, Deus. Eu farei". Ele passou por algumas quadras quando de repente sentiu que devia parar. Ele brecou e olhou em volta. Era uma área mista de comércio e residência. Não era a melhor área, mas também não era a pior da vizinhança. Os estabelecimentos estavam fechados e a maioria das casas estavam escuras, como se as pessoas já tivessem ido dormir, exceto uma do outro lado que estava acesa. Novamente, ele sentiu algo: "Vá e dê o leite para as pessoas questão naquela casa do outro lado da rua". O jovem olhou a casa. Ele começou a abrir a porta, mas voltou a sentar-se. "Senhor, isso é loucura. Como posso ir para uma casa estranha no meio da noite?". Mais uma vez, ele sentiu que deveria ir e dar o leite.
Inicialmente, ele abriu a porta... "Muito Bem, Deus, se é o Senhor, eu irei e entregarei o leite àquelas pessoas. Se o Senhor quer que eu pareça uma pessoa louca, muito bem. Eu quero ser obediente! Acho que isso vai contar para alguma coisa, contudo, se eles não responderem imediatamente, eu vou embora daqui". Ele atravessou a rua e tocou a campainha. Ele pôde ouvir um barulho vindo de dentro, parecido com o choro de uma criança. A voz de um homem soou alto: "Quem está aí? O que você quer? "A porta abriu-se, em pé, estava um homem vestido de jeans e camiseta. Ele desconhecido em pé na sua soleira. "O que é? ". O jovem entregou-lhe o galão de leite. "Comprei isto para vocês". O homem pegou o leite e correu para dentro falando alto. A mulher pegou o leite e foi para a cozinha. O homem a seguia segurando nos braços uma criança que chorava. Lágrimas corriam pela face do homem e, ele começou a falar, meio soluçando: "Nós oramos. Tínhamos muitas contas para pagar este mês e o nosso dinheiro havia acabado. Não tínhamos mais leite para o nosso bebê. Apenas orei e pedia Deus que me mostrasse uma maneira de conseguir leite". Sua esposa gritou lá da cozinha: "Pedi a Deus para mandar um anjo com um pouco... Você é um anjo?"
O jovem pegou a sua carteira e tirou todo dinheiro que havia nela e colocou-o na mão do homem. Ele voltou-se e foi para o carro, enquanto as lágrimas corriam pela sua face. Ele experimentou que Deus ainda responde os pedidos.
sábado, 3 de abril de 2010
A dor da Crucificação
A Dor da Crucificação
A Paixão e Morte de Cristo
Médico francês reconstitui a agonia de Jesus.
Quando li este relato, fiz questão de transcrevê-lo pois é impressionante e vale a pena conhecer o parecer e o descrever de um médico sobre a morte de Jesus.
Relato aqui a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet, dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão.
Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção.
Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus.
A cada golpe Jesus reage tem um sobressalto de dor
Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue.
A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez você tirou uma atadura de gazes de uma ferida? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Pode agora se dar conta do que se trata.
O fio de tecido adere à carne viva
Cada fio de tecido adere à carne viva: ao lhe tirarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu polegar, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. Isso provocaria uma síncope que faria perder a consciência. Em Jesus não!
Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que Cristo levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede.
Tudo aquilo é uma tortura atroz
Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico (azulado).
Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio!
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés.
Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".
Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!
Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.
Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleva para respirar. A asfixia periódica o está destroçando. Uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.
Texto do Dr. Barbet (grande estudioso de anatomia, médico e cirurgião francês).
A Paixão e Morte de Cristo
Médico francês reconstitui a agonia de Jesus.
Quando li este relato, fiz questão de transcrevê-lo pois é impressionante e vale a pena conhecer o parecer e o descrever de um médico sobre a morte de Jesus.
Relato aqui a descrição das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Barbet, dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a sua paixão.
Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção.
Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus.
A cada golpe Jesus reage tem um sobressalto de dor
Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos.
Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue.
A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.
Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.
Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez você tirou uma atadura de gazes de uma ferida? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Pode agora se dar conta do que se trata.
O fio de tecido adere à carne viva
Cada fio de tecido adere à carne viva: ao lhe tirarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?
O sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pó e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu polegar, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. Isso provocaria uma síncope que faria perder a consciência. Em Jesus não!
Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; consequentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que Cristo levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.
Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede.
Tudo aquilo é uma tortura atroz
Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz. Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico (azulado).
Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio!
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés.
Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem".
Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça. Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável!
Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa.
Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleva para respirar. A asfixia periódica o está destroçando. Uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre. Em meu lugar e no seu.
Texto do Dr. Barbet (grande estudioso de anatomia, médico e cirurgião francês).
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Lição de vida
Dois homens, ambos gravemente doentes, estavam no mesmo quarto de hospital. Um deles podia sentar-se na sua cama durante uma hora, todas as tardes, para que os fluidos circulassem nos seus pulmões.
A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.
O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a refratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram.
Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... Que dava, afinal, para uma parede de tijolo!
O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".
Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.
Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
"O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que lhe chamam presente."
A sua cama estava junto da única janela do quarto. O outro homem tinha de ficar sempre deitado de costas. Os homens conversavam horas a fio. Falavam das suas mulheres e famílias, das suas casas, dos seus empregos, onde tinham passado as férias... E todas as tardes, quando o homem da cama perto da janela se sentava, ele passava o tempo a descrever ao seu companheiro de quarto, todas as coisas que ele conseguia ver do lado de fora da janela.
O homem da cama do lado começou a viver à espera desses períodos de uma hora, em que o seu mundo era alargado e animado por toda a atividade e cor do mundo do lado de fora da janela. A janela dava para um parque com um lindo lago. Patos e cisnes chapinhavam na água enquanto as crianças brincavam com os seus barquinhos. Jovens namorados caminhavam de braços dados por entre as flores de todas as cores do arco-íris. Árvores velhas e enormes acariciavam a paisagem, e uma tênue vista da silhueta da cidade podia ser vista no horizonte. Enquanto o homem da cama perto da janela descrevia isto tudo com extraordinário pormenor, o homem no outro lado do quarto fechava os seus olhos e imaginava a pitoresca cena.
Um dia, o homem perto da janela descreveu um desfile que ia a passar. Embora o outro homem não conseguisse ouvir a banda, ele conseguia vê-la e ouvi-la na sua mente, enquanto o outro senhor a refratava através de palavras bastante descritivas. Dias e semanas passaram.
Uma manhã, a enfermeira chegou ao quarto trazendo água para os seus banhos, e encontrou o corpo sem vida do homem perto da janela, que tinha falecido calmamente enquanto dormia. Ela ficou muito triste e chamou os funcionários do hospital para que levassem o corpo. Logo que lhe pareceu apropriado, o outro homem perguntou se podia ser colocado na cama perto da janela. A enfermeira disse logo que sim e fez a troca. Depois de se certificar de que o homem estava bem instalado, a enfermeira deixou o quarto.
Lentamente, e cheio de dores, o homem ergueu-se, apoiado no cotovelo, para contemplar o mundo lá fora. Fez um grande esforço e lentamente olhou para o lado de fora da janela... Que dava, afinal, para uma parede de tijolo!
O homem perguntou à enfermeira o que teria feito com que o seu falecido companheiro de quarto, lhe tivesse descrito coisas tão maravilhosas do lado de fora da janela. A enfermeira respondeu que o homem era cego e nem sequer conseguia ver a parede. "Talvez ele quisesse apenas dar-lhe coragem...".
Moral da História: Há uma felicidade tremenda em fazer os outros felizes, apesar dos nossos próprios problemas. A dor partilhada é metade da tristeza, mas a felicidade, quando partilhada, é dobrada.
Se te queres sentir rico, conta todas as coisas que tens que o dinheiro não pode comprar.
"O dia de hoje é uma dádiva, por isso é que lhe chamam presente."
Você é maravilhoso
Até onde sei, esta história é verdadeira.
Aconteceu vários anos atrás em um importante teatro de Paris. Um famoso cantor tinha sido contratado para cantar, e a venda de ingressos foi um sucesso. Na noite do concerto a casa estava lotada, todos os ingressos vendidos. O sentimento de excitação da platéia poderia ser sentido no ar quando o gerente da casa subiu ao palco e disse:
- Senhoras e senhores nós agradecemos por seu entusiástico apoio. Eu sinto informar que devido a uma repentina doença, quem vocês esperam para ouvir não se apresentará esta noite. Porém, encontramos um substituto à altura e esperamos lhe proporcionar igual entretenimento.
A multidão vaiou de decepção e sequer ouviu o gerente anunciar o nome do artista. O ambiente transformou-se. De excitação para frustração.
O artista substituto fez o melhor que pôde. Quando terminou, nada mais havia do que um incômodo silêncio. Ninguém aplaudiu. De repente, de uma sacada, se levanta um pequeno menino e grita: - Papai, eu acho você maravilhoso!
A multidão aplaudiu intensamente.
***
Todos nós temos necessidade de ter pessoas em nossas vidas que estejam dispostas a se levantar de vez em quando e dizer: - Eu acho você maravilhoso/a.
Aconteceu vários anos atrás em um importante teatro de Paris. Um famoso cantor tinha sido contratado para cantar, e a venda de ingressos foi um sucesso. Na noite do concerto a casa estava lotada, todos os ingressos vendidos. O sentimento de excitação da platéia poderia ser sentido no ar quando o gerente da casa subiu ao palco e disse:
- Senhoras e senhores nós agradecemos por seu entusiástico apoio. Eu sinto informar que devido a uma repentina doença, quem vocês esperam para ouvir não se apresentará esta noite. Porém, encontramos um substituto à altura e esperamos lhe proporcionar igual entretenimento.
A multidão vaiou de decepção e sequer ouviu o gerente anunciar o nome do artista. O ambiente transformou-se. De excitação para frustração.
O artista substituto fez o melhor que pôde. Quando terminou, nada mais havia do que um incômodo silêncio. Ninguém aplaudiu. De repente, de uma sacada, se levanta um pequeno menino e grita: - Papai, eu acho você maravilhoso!
A multidão aplaudiu intensamente.
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Todos nós temos necessidade de ter pessoas em nossas vidas que estejam dispostas a se levantar de vez em quando e dizer: - Eu acho você maravilhoso/a.
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