Certo jovem, na Suíça, foi galgar uma montanha coberta de neve. Embora estivesse bem preparado para a escalada, com roupas, sapatos e apetrechos próprios, foi advertido que em nenhum momento ficasse parado sem fazer movimentos. Uma parada para descansar poderia ser fatal. O jovem começou animadamente a subida. Mas à medida que ia alcançando mais altura, ia diminuindo as passadas. Conhecia muito bem o caminho, pois percorrera muitas vezes esse mesmo trajeto. O vento gelado soprava com intensidade e a neve fina recém-caída tornava escorregadio o caminho. Ele percebeu que gastaria mais tempo para chegar ao topo, onde dormiria, pois lá havia um acampamento. O cansaço começou a molestá-lo, e o desejo de parar para descanso foi muito grande. Mas então se lembrou do aviso dado no início da escalada: parar significaria morrer! As pessoas perdem a vida na neve por não atenderem a esse aviso. O moço parou um pouquinho, refez-se e continuou lutando. Enquanto caminhava lentamente notou que havia algo coberto com neve, no meio do caminho. - Um animal - pensou ele.
E agachou-se para tirá-lo da estrada. Porém, quando procurou tirá-lo de lado, viu que não era um animal, mas sim um jovem de sua idade. Tinha dormido, mas ainda estava vivo.
Imediatamente passou a fazer massagens nas mãos e nos pés daquele homem. Esfregou-lhe o peito e, enquanto o exercitava, esqueceu completamente o seu cansaço. Finalmente viu sinais de vida no rosto do estranho. Durante horas lutou e trabalhou até que chegaram ao lugar coberto, onde deveriam passar a noite. Depois de fazer fogo e dar ao moço uma xícara de caldo quente, lembrou-se de que ele também tinha pensado em sentar-se por um momento para recuperar as forças. Enquanto o homem dormia tranqüilamente, aquele jovem pensou o que seria se ele tivesse feito o mesmo que o outro fizera. Agora estava a salvo do perigo e então percebeu que salvando o estranho, salvara a própria vida.
Esquecera do cansaço ao lutar para salvá-lo.