sexta-feira, 18 de setembro de 2009

-> Estou pronto agora!

O capitão de um navio que ia zarpar dirigia-se apressado para o porto. Estava muito frio. Diante da vitrine de um restaurante, ele viu um menino quase maltrapilho, de bracinhos cruzados e meio trêmulo.
- Que está fazendo aí, meu pequeno?
- disse-lhe o capitão.
- Estou só olhando quanta coisa gostosa há aí para se comer...
- Tenho bem pouco tempo antes da partida do navio, se você estivesse arrumadinho, eu o levaria a esse restaurante para que comesse algumas dessas coisas boas e saborosas; mas, infelizmente não está...
O garoto, faminto e com os olhos rasos de água, passou a mãozinha magra sobre os cabelos em desalinho e falou:
- Estou pronto, agora!
Comovido, o capitão o levou como estava ao restaurante, fazendo servir-lhe uma boa refeição. E enquanto o garoto comia, perguntou-lhe:
- Diga-me uma coisa: onde está sua mãe, meu pequeno?
- Ela foi para o céu quando eu tinha apenas quatro anos de idade. Disse o menino sem entender ainda à vida.
- E você ficou só com seu pai? E onde está ele agora? Onde trabalha?
- Nunca mais vi meu pai, desde que mamãe partiu...
- Mas então, quem toma conta de você? Com um jeitinho resignado, o menino respondeu:
- Quando minha mãe estava doente, ela disse que Deus tomaria conta de mim. Ela ainda me ensinou a pedir isto todos os dias a Ele.
O capitão, cheio de compaixão, acrescentou:
- Se você estivesse limpo e arrumadinho eu o levaria para o navio e cuidaria de você com muita alegria. Novamente, o menino, alisando os cabelinhos sujos e malcuidados, voltou a repetir a mesma expressão:
- Capitão estou pronto agora.
Vendo-o assim quase suplicante, aquele capitão o levou para o navio, onde o apresentou aos marinheiros e imediatos, dizendo:
- Ele será o meu ajudante e será sempre chamado de Pronto, agora. Ali o garoto recebeu tudo o que carecia e as coisas transcorriam, aparentemente, bem, até que um dia ele amanheceu febril. Foi medicado, mas a febre não cedia. Vendo-o piorar, o capitão aflito disse ao médico:
- Procure salvá-lo, doutor. Não posso perdê-lo.
O médico fez tudo o que pôde, mas em vão. Na tarde seguinte, o menino, chamando o capitão, lhe falou:
- Eu o amo tanto... Você foi bom para mim. Gostei de estar aqui, mas ainda será melhor no céu. Eu estou pronto, agora, para me encontrar com o Pai que também o ama. Não deseja aceitá-lo? Assim nos veremos no céu...
- Sim, filho, tenho pensado nisto, e continuarei pensando disse-lhe.
- Mas quando? Quando estará pronto a entregar a vida e o seu coração ao Pai?
Com lágrimas nos olhos, o capitão, tomando as mãos do menino, disse:
- Estou pronto, agora! E ali aceitou a Jesus.